São tantas as pessoas que vemos nos
lugares mais diversos, sempre passando impressões que nos sensibilizam. Quantos
olhares vieram em silêncio interpretando mensagens que nos fazem pensar?
São
amores ocultos que ainda não se revelam abertamente, abafados pelas
circunstâncias do momento, que exigem o deslocamento a lugares onde não podemos
ir, devido ao preenchimento de lacunas sentimentais por pessoas que
desconhecemos.
Os
compromissos do coração têm exigências delineadas por normas de conduta que não
permitem o encontro desses amores fora das horas onde se reúnem para
desempenhar papéis no cenário social.
Quanta
vontade de permanecerem juntos naqueles recintos públicos que o tempo marca,
numa despedida silenciosa, no final da
jornada de trabalho, dia após dia!
Numa
atmosfera azulada nasce o encanto da vida que abranda os acidentes do caminho.
O amor se expande em profusão como as espumas das cachoeiras e dos rios que
desembocam no mar.
São
sagrados todos os laços que sustentam a convivência dos amores, tanto no lar
como no trabalho; cada qual em espaços adequados, mas não longe do tempo que os
envolve sem amarras.
Se
fôssemos buscar as raízes dos sentimentos dos amores, o momento atual, onde
todos os interesses estão concentrados, se perderia na contagem do tempo.
Ligados à perenidade do amor, podemos dizer que chegamos antes de qualquer fato
novo. Não importa a preocupação do passado, do presente e do futuro, basta o
momento que se eterniza.
Se
há amores-perfeitos, miosótis azuis, margaridas amarelas, rosas cor-de-rosa, há
também os lírios vestidos de lama à espera da chuva que revelará a brancura que
possuem.
Na
visão emocional, nos deslumbramos com o
olhar doce, o gesto de ternura, o andar que passa deixando traços invisíveis
que nos marcam com letras de fogo.
A
poesia, o sonho, o amor nos acompanham em todos os lugares por onde vamos. Os
amores enternecidos nos estimulam a acreditar naquilo que sentimos.
Se
a nossa
vida se resumisse na plenitude dos amores que encontramos, o círculo da
felicidade seria tão pequenino. Há lacunas a serem preenchidas no campo dos
sentimentos e outros amores, que ainda não foram despertados, esperam uma
palavra de carinho, um gesto singular que lhes
permitem identificar quem somos.
Todas
as pessoas que estão conosco, não importa conferir o tempo, as situações que
fazem parte do nosso viver, os jardins e os pântanos são manifestações da vida,
reveladas claramente ou ainda há um tempo de plantar, antes da colheita que
abastecerá todas as carências por onde passamos.
No
clima da certeza do amor, a canção do exílio (palmeiras, sabiá, saudades),
ainda tocada em blues que lembram a namorada, os amores e a terra distante do
soldado americano, será transformada, algum dia, num canto de louvor aos amores
que se encontram em todas as searas.
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