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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

ATMOSFERA AZULADA

São tantas as pessoas que vemos nos lugares mais diversos, sempre passando impressões que nos sensibilizam. Quantos olhares vieram em silêncio interpretando mensagens que nos  fazem pensar?
São amores ocultos que ainda não se revelam abertamente, abafados pelas circunstâncias do momento, que exigem o deslocamento a lugares onde não podemos ir, devido ao preenchimento de lacunas sentimentais por pessoas que desconhecemos.
Os compromissos do coração têm exigências delineadas por normas de conduta que não permitem o encontro desses amores fora das horas onde se reúnem para desempenhar papéis no cenário social.
Quanta vontade de permanecerem juntos naqueles recintos públicos que o tempo marca, numa despedida silenciosa, no  final da jornada de trabalho, dia após dia!
Numa atmosfera azulada nasce o encanto da vida que abranda os acidentes do caminho. O amor se expande em profusão como as espumas das cachoeiras e dos rios que desembocam no mar.
São sagrados todos os laços que sustentam a convivência dos amores, tanto no lar como no trabalho; cada qual em espaços adequados, mas não longe do tempo que os envolve sem amarras.
Se fôssemos buscar as raízes dos sentimentos dos amores, o momento atual, onde todos os interesses estão concentrados, se perderia na contagem do tempo. Ligados à perenidade do amor, podemos dizer que chegamos antes de qualquer fato novo. Não importa a preocupação do passado, do presente e do futuro, basta o momento que se eterniza.
Se há amores-perfeitos, miosótis azuis, margaridas amarelas, rosas cor-de-rosa, há também os lírios vestidos de lama à espera da chuva que revelará a brancura que possuem.
Na visão emocional, nos deslumbramos  com o olhar doce, o gesto de ternura, o andar que passa deixando traços invisíveis que nos marcam com letras de fogo.
A poesia, o sonho, o amor nos acompanham em todos os lugares por onde vamos. Os amores enternecidos nos estimulam a acreditar naquilo que sentimos.
Se a  nossa  vida se resumisse na plenitude dos amores que encontramos, o círculo da felicidade seria tão pequenino. Há lacunas a serem preenchidas no campo dos sentimentos e outros amores, que ainda não foram despertados, esperam uma palavra de carinho, um gesto singular que lhes  permitem identificar quem somos.
Todas as pessoas que estão conosco, não importa conferir o tempo, as situações que fazem parte do nosso viver, os jardins e os pântanos são manifestações da vida, reveladas claramente ou ainda há um tempo de plantar, antes da colheita que abastecerá todas as carências por onde passamos.
No clima da certeza do amor, a canção do exílio (palmeiras, sabiá, saudades), ainda tocada em blues que lembram a namorada, os amores e a terra distante do soldado americano, será transformada, algum dia, num canto de louvor aos amores que se encontram em todas as searas.

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