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sábado, 25 de agosto de 2012

VOO DOS PELICANOS


Nos bandos dos pelicanos há um instinto forte em alimentar seus filhotes com a comida que trazem no peito, guardada da pesca dos peixinhos do mar.
Há um ritual que converge todos ao mesmo lugar. Na orla marítima, pescam com as asas levantadas, depois vão tirar o sal em recantos de água doce. E, então, partem em seus voos de regresso aos ninhos.
A imagem dessa família de aves pernaltas nos dá a alegria em ver como a doação está presente em toda a natureza, além de vermos o Sol e a Lua se doando em luz para iluminar a Terra.
As sociedades humanas igualmente se agrupam nos trabalhos que proporcionam o bem-estar, doando-se umas as outras.
Em todas os campos das atividades humanas, há uma convergência de valores que se mobilizam em benefício de todos seus integrantes. No campo, as lavouras dão boas safras; nas cidades, indústrias abastecem mercados numa comunhão de mãos dadas, quando as condições ajudam os trabalhadores.
A seara é sempre imensa e fecunda. As sementes, o tempo e as condições de semear estão à disposição de todos. Cada um se doa na medida de suas forças. O futuro se encarrega de reunir os produtos da colheita.
No campo individual, a observação do trabalho em benefício da coletividade traz-nos um contentamento muito grande porque somos estimulados a fazer aquilo que nossas carências exigem para serem completadas.
Assim como as espécies do reino animal se doam, buscando o sentido da cooperação mútua, embora reconheçamos que há entre elas umas destruindo outras para sobreviver, no reino humano este exemplo é seguido com as marcas do atavismo que vem dos animais selvagens.
O voo dos pelicanos, levando aos filhotes o alimento no peito, traz-nos a mensagem de doação que devemos ter para com aqueles que precisam dos recursos que detemos provisoriamente em nossas mãos.
Todos carregam preciosidades em suas bagagens. Quem não recebeu o dom de servir? Em que campo de atividade, a vida nos situou a fim de sermos úteis?
Os talentos são distribuídos, no critério justo, de acordo com as possibilidades de serem manifestados. Toda fonte escorre beneficiando os lugares por onde passa.
O cenário do Cosmos, entre agruras e entraves, está se completando em todos os aspectos, a fim de que nada fique incompleto.
Assim como o vento reúne as nuvens negras que se derramam em chuvas, a energia dos talentos postos em ação preenche todas as lacunas humanas.
 
Blog  Fernando Pinheiro, escritor
Site  www.fernandopinheirobb.com.br

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