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terça-feira, 21 de agosto de 2012

TROVAS – 1, 2 e 3

No dia 8 de abril de 1957, na cidade do Recife, o Pe. Jaime Cavalcanti Diniz (1924/1989), compositor, regente, musicólogo, escreveu a música Trovas n° 1, 2 e 3, inspirado nas trovas de Adelmar Tavares. O compositor foi fundador e regente do Coro Guararapes e membro efetivo da Academia Brasileira de Música.
Sem a repetição do primeiro verso constante em cada trova, iremos tentar interpretar o pensamento do poeta pernambucano, Adelmar Tavares, o jurista que advogou para o Banco do Brasil e, posteriormente, presidiu o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e a Academia Brasileira de Letras, passando por três instituições que engrandecem, ao longo do tempo, a sociedade brasileira.
Assim como o rio corre em direção do mar, a mesma substância de que é feito, o nosso destino segue em direção da mesma matéria de que somos feitos, a essência divina que está em tudo e em todos e se espalha pelo infinito.
No nosso caminhar, ainda não sabemos onde vai parar o nosso destino porque as possibilidades de realizações são imensas e ainda não dispomos de todas as informações que formam a vida, imensamente rica de recursos colocados à nossa disposição para que algo grandioso resplandeça, num processo crescendo e transformação constante, alquimia que desafia os próprios alquimistas. Converter desencantos em encantos é o ponto central desse segredo.
Na segunda trova há um recado e uma resposta: “dizer adeus nada custa, alguém mandou me dizer, mas quem diz que nada custa, queira bem e vai dizer.”
É muito comum as pessoas, menos conscientes da realidade da vida, opinar sobre problemas pessoais de terceiros como se fosse fácil dar uma solução. Dizer a alguém dar adeus a quem alguém conhece, e quem diz não conhece, é entrar no escuro e indicar caminho. É uma ingenuidade que pode cair em leviandade.
O conselho só seria válido, após ouvir as razões de quem está passando o problema. Nesse caso, toda sugestão que torna mais claro a realidade é válida e digna de apreciação, deixando o caminho livre a quem compete dizer adeus ou permanecer na situação que pode trazer mensagem de vida.
A terceira estrofe finaliza: “a morte não é tristeza, é fim, é destinação. Tristeza, tristeza é ficar vivendo depois que os sonhos se vão."
 
Blog  Fernando Pinheiro, escritor

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