Fazendo
uma breve retrospectiva da vida artística do
compositor e regente Francisco Mignone, ressaltamos que a sua primeira ópera, O Contratador de Diamantes, foi inspirada na
obra de Afonso
Arinos de Melo Franco.
Destacamos
que Congada, peça orquestral da ópera O Contratador de Diamantes, foi, num momento histórico dos idos de 1923, regido pelo maestro e
compositor Richard Strauss à frente da
Orquestra Filarmônica de Viena, no
Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Com a morte do compositor
alemão, o célebre
autor da ópera
O Cavaleiro da Rosa,
encerrou-se, nos idos de 1949, o ciclo dos grandes compositores
clássicos da música.
A
respeito da importância
de Strauss na
música, o maestro espanhol Rafael Frübeck de Burgos,
segundo Jornal O Globo – Sinfônica de Viena celebra sua tradição,
por Adriana Pavlova – edição: 11/10/2001, declarou que “Strauss foi quem melhor
escreveu para a
orquestra no século XX”.
A era moderna nos grupos sinfônicos foi inaugurada por Strauss que fez
introduzir nas orquestras os instrumentos
de trompas, cornos
e muitas madeiras
[BURGOS, 2001]
A letra da música é de Yde Blumenschein (1882/1963), poetisa paulista,
que narra uma estória de uma castelã, enclausurada na torre da ilusão, vivendo
a sonhar com um herói
que, em breve,
viria para ela.
A estória
da castelã poderia
ser a estória
de uma cortesã
com os mesmos
hábitos de aventura
amorosa. A cortesã
teria a vantagem
de conviver na
corte e aldeã
de rua em rua. A ilusão
como ponto em
comum entre ambas.
“Viver
enclausurada na torre da ilusão, romântica a
sonhar” é uma expressão que ultrapassa os limites do castelo onde se encontrava a aldeã e
atinge, neste mundo permissivo em que
vivemos, a esferas sociais onde a ilusão
não tem fronteiras.
Antigamente, os
costumes sociais impediam
a mulher ficar
exposta aos perigos
que existem na
rua. Hoje, em
nome de uma liberdade permissiva que desvirtua os chamados
bons costumes, a
mulher fica mais
propensa a ter uma ilusão do que
viver uma vida emocionalmente
saudável.
Na busca
do amor a
qualquer custo, com
qualquer pessoa ou situação, sem perceber que existe, no íntimo de cada um de nós, o sentimento norteando o
destino, pode ser perigoso para
quem entrega a sua vida numa arriscada
aventura.
De rua
em rua, de
bar em bar,
de braço em
braço, acumulando energias desvirtuadas do amor e permanecendo em lugares
pestilenciais onde os tóxicos
ou simplesmente a
bebida alcóolica é
vendida pela noite adentro, traz consequências
desastrosas previstas não apenas
pelos códigos de ética, mas principalmente
dentro do mundo
íntimo de cada
um que está
iludido. Daí a
necessidade de encontrar-se para
achar o amor.
A letra
da música faz
um alerta as
mulheres que se
iludem em castelos
de ilusões, para
ver aquela que
andou de rua em rua, derramando
as lágrimas de sangue. Na ilusão
é muita dor
para uma mulher
só.
Fazemos
parte deste mundo onde sempre nos iludidos,
principalmente pelas aparências. Tem musa que fica e tem musa
que passa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário