DIREITO DE NASCER
Em 12 de abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal aprovou a legalização
de aborto de anencéfalo.
A propósito, Maria
Angélica de Oliveira Farias, representante da Sociedade de Divulgação Espírita
Auta de Souza, presente no plenário declarou: "Para mim não se justifica o
direito brasileiro depois do que vi hoje" (Jus Brasil - 2012).
É oportuno salientar
que os artigos 124 a 127 do Código Penal consideram o aborto um crime contra a
vida. No entanto, há duas exceções: gravidez decorrente do estupro ou risco de
vida para a mãe. Acrescentamos que estão parados há vários anos, no Congresso
Nacional, dois projetos sobre a revisão da Lei do Aborto.
Já vai bem longe o tempo em que a mulher buscava o
simples direito de andar de seios soltos debaixo da roupa. Hoje, com a
permissividade nos costumes de uma sociedade que luta para se recompor, ela vai
às ruas em favor da lei do aborto, adotada em muitas localidades do planeta.
Aplausos para as
mulheres que se libertaram da condição de propriedade de marido imposta por uma
sociedade opressora e medrosa que vem desde os tempos do Brasil-colônia. Não é
apenas o nosso País, mas o planeta inteiro está dominado pelo mito de Prometeu.
O medo faz parte
desta consciência dissociada que apregoa a dualidade e que está indo embora com
os sinais do advento da nova Era, agora na consciência unificada, como existe
em Vênus, Vega de Lira, Arcturius e outros mundos felizes.
As ligações físicas
são revestidas de ligações mentais em que se vê compromissos assumidos. Não
podemos desmanchar laços que estabelecem uma união.
O que seria da
planta, se fossem arrancadas suas folhas? Onde nasceriam as flores e os frutos?
Em qualquer contenda, devem ser ouvidas as partes interessadas, como deu
mostras de sabedoria o rei Salomão.
O que se vê na
sociedade que permite o aborto é apenas a satisfação dos desejos de uma parte
em detrimento de outra que não foi ouvida.
Em circunstâncias
adversas, quem defende o direito de nascer? Quem tem a disposição de plantar no
deserto para que haja diminuição na aridez da paisagem?
É por isso que nossa
voz se levanta diante dos movimentos que propõem uma revisão da legislação
sobre o aborto, e o nosso silêncio diante da aprovação pelo Supremo Tribunal
Federal que teve por objetivo eliminar a vida de fetos sem chances de
sobreviver.
Por mais estranho que
pareça aos que veem a questão em apenas de um lado, o encontro das pessoas está
subordinado à lei de atração que une todos os seres vivos ao núcleo em que está
vinculado, desde os átomos, as famílias das espécies dos reinos da natureza até
os sistemas planetários dentro de suas respectivas galáxias.
Se na teoria da
origem das espécies, Darwin estabeleceu que o Universo foi criado de matéria
inorgânica é porque sabia que há uma ligação entre as espécies perpetuando a
vida. Entre os homens, ela prossegue em seu ritmo colossal unindo os seus
pares, numa determinação precisa, independente da incompreensão de uma gravidez
censurada.
Se fôssemos observar
a questão no ponto em que a transcendência surge, veríamos a razão justa de
todos os nascimentos. Assim, a gravidez deve ser aceita, tratada com carinho e
amada em respeito à vida que ganha formas humanas.
Deixemos de lado o
ímpeto que forçou a vontade de quem inconscientemente, nos planos mais sutis,
buscou ser engravidada. E nos casos em que a lei do aborto evoca os riscos de
vida da gestante (legalizados) ou a interrupção da gravidez nos casos de fetos
sem chances de sobrevivência (legalizada pelo STF), nos indagamos não seria
este mais um pretexto para se tornar legalizado um ato contra a natureza?
A morte provocada
pelo homem não encontra apoio nas leis que sustentam o equilíbrio do Universo.
Amemos as situações que surgiram com a nossa vontade, sem reclamar dos lampejos
que se iluminaram em nosso caminho, revelando as responsabilidades que
assumimos, consciente ou inconscientemente, perante a vida.
Blog Fernando Pinheiro, escritor
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