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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

LINHA RETA

     O poema Linha Reta, de Cecília Meireles, foi dedicado pela autora ao poeta Cassiano Ricardo, nos idos de 1964. O compositor Dom João Evangelista Enout, escreveu a música, com o mesmo título, no movimento moderato suave e harmonioso. A canção finaliza entoando um acalanto: “nan-nan, nan-nan, nan-nan, nam, nam-nam.”
Dom João Evangelista Enout, recebendo a letra da poetisa Cecília Meireles, compôs a música Linha Reta, revelando ambos a compreensão do destino, da rota, da linha reta do voo dos pássaros e, logicamente, do fluxo da vida humana que se apresenta em diversas atividades, tão variáveis quanto forem as necessidades existenciais de cada uma.
O primeiro verso do poema traz um aviso: “Não tenteis interromper o pássaro que voa em linha reta de leste a oeste. alto e só.” No voo dos pássaros, há um incentivo à reflexão a respeito do que possamos transmutar na apreciação do comportamento solitário daqueles que trazem uma mensagem gravitando nos interesses em comum da classe a que pertence.
O momento da espera é sempre em silêncio para não perturbar o fluxo do acontecimento que está sendo impulsionado pela circunstância favorável. Na trajetória do destino, vemos que há uma pausa que antecede à realização dos sonhos.
A canção fluindo suave e harmoniosa como a própria vida do autor e da letrista, estimula-nos a seguir a mesma trajetória que nos conduz inteligentemente a um recanto feliz, revestida do sentimento que nos induz a contemplar a vida que vemos em outros voos.
Como muita gente pensa o que é bom para si é bom para os outros, não percebendo o plano divino que o destino traz, tenta interromper a trajetória alheia que é diferente daquela que traz consigo. Na busca para escolher o melhor estilo de vida para si mesmo e aos seus companheiros do caminhar, tenta interromper quem segue aparentemente na solidão.
A curiosidade, que é mais uma forma de procurar saber superficialmente o que não consegue identificar no íntimo, é sempre abafada pela evidência dos fatos que traz a verdadeira identidade daquilo que deve ser dentro da realidade única. Aí a sabedoria do silêncio é a única forma que produz efeitos.
Comparar comportamentos em estilos diferentes, buscando o mesmo resultado em situações divergentes por natureza própria, é não considerar dois fatores primordiais: o tempo e o espaço. Não tem nem rumo a indagação curiosa sobre paisagens íntimas que não estão no olhar de quem tem outros voos sublimados por música que permanece no reino da criação íntima.
A vida, dádiva preciosa em que os talentos surgem para resplandecer a beleza das formas e dos conteúdos, tem variações que denotam movimentos como a própria música.
Assim como não podemos comparar os estilos de vida que se processam em planos superiores ao da Terra, com as mesmas ferramentas usadas nesta densa dimensão, do modo o pássaro, na apreciação de Cecília Meireles, “não passa para contemplar essas coisas do mundo”.
No mundo tridimensional dissociado da unidade, como o planeta Terra, as trevas ainda dominam os campos de ação onde o homem não coloca o amor no coração. As trevas o fazem estar em confinamento, mesmo sabendo que é possível a conexão com os planos superiores, desde que haja a elevação de teor vibratório de seus pensamentos.
Em outros planetas, na 5ª dimensão unificada e seguintes, não há mais doenças nem aprisionamento da consciência às trevas, pois a luz irradia energias salutares que promovem a plenitude em todos os sentidos.
A alimentação, nessas dimensões, passa a ser fluídica, não há velhice de idade, pois a flor da idade é mantida no decorrer de longo tempo que pode durar 100, 200 anos, dependendo da missão realizada. O pensamento plasma as roupagens mais bonitas no vestir, em luzes e cores de inefável beleza. O encanto feminino é mil vezes superior. Em sonhos tivemos a oportunidade de ver.
Saíamos desta densa consciência dissociada, que ainda existe no planeta, não criticando nada e não criticando ninguém nem ouvindo comentários inadequados, principalmente na midia, o que nos levaria a inadequação.
Valorizemos os quatro pilares (simplicidade, humildade, transparência e alegria) que possibilitam o nosso abandono à luz, a transmutação de nossa personalidade (transitória) na consciência do ser etéreo que todos nós somos, o ser etéreo que se liga à fonte.

Blog Fernando Pinheiro, escritor
Site  www.fernandopinheirobb.com.br

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