Ao dar prosseguimento à Série
Pégaso, vale assinalar os 4 primeiros parágrafos, constantes do início desta
série, com o propósito de revelar aspectos do mundo astral:
A
ideia ideoplástica é a matéria-prima usada pela mente humana que a transforma
ao seu bel-prazer. O pensamento é o condutor que plasma as formas figuradas e
elaboradas na projeção do propósito alcançado. A arte vive nesse meio.
O
pensamento é um atributo do espírito e flui em correntes de variadas expressões
que se modificam de acordo com o comando recebido.
O
pensamento plasma a beleza como também pode criar modificações diferentes da
beleza original em circunstâncias que a degeneram.
Em
nossas andanças astrais passamos por lugares que passam a ser estudo para a
observação da vida que ultrapassa os limites da matéria conhecida, entrando em
espaços além do planeta Terra, embora esteja circunscrito na psicosfera
terrestre, esse espaço onde abriga os pensamentos e os espíritos em trânsito
pela transmutação das formas almejadas.
Numa
planície de pastos verdejantes a casa era edificada em cima de um plano elevado
onde se podia avistar o gado pastando. Estava andando por essa área verde,
quando assoma diante de mim o jardineiro que se despedia da jornada de
trabalho.
Vale
citar a primeira quadra do soneto Odaliscas, de Leôncio Correia (1865/1950), membro
pela Academia Paranaense de Letras, Academia Carioca de Letras, Instituto
Histórico e Geográfico do Paraná – in Antologia de Poetas Espíritas, organizada
por Clóvis Ramos, 1959, Irmãos Pongetti Editores – Rio de Janeiro:
O
céu azul e transparente... um vago
Suave olor
de recendentes rosas
Por
tudo, em tudo morno e doce afago:
Dos
ninhos às campinas silenciosas
Um
cachorro rodava a área em sinal de vigilância a qualquer gesto brusco que
poderia surgir dos seres humanos que transitam por aquela planície. Aliás,
nessa área os habitantes são mais dóceis à manifestação da natureza, não
agridem a nada e a ninguém, nem mesmo ao cão vigilante. O jardineiro olhou-me e
me disse com relação ao cão: todos somos um.
Em
outro cenário de encontros de atos passados, estava diante de um chefe que
exercera com mão vigorosa o ofício a que se entregara toda a sua vida. Não
tinha nenhum vínculo com ele, a menos na estrutura administrativa em que ele
estava no topo. Não me relacionei com ele por causa dessa distância hierárquica.
Nele
havia ainda a rigidez em conduzir pessoas numa situação em que a ordem era
eliminar gastos, afastar pessoas de suas funções, sem nenhuma precisão de
critério, desde que fosse cumprida a ordem vinda de cima. No meu caso, os
engramas do passado na vida profissional foram eliminados sem que houvesse
qualquer sinal de veiculação com esse esquema de contenção de despesas.
Como
estava em seu gabinete, ele procurava em mim algo que lhe desagradasse e não o
encontrou, mas o sentimento que nutre para dispensar pessoas estava com ele
latente e sendo alimentado pela vontade de prosseguir. A sombra quando é
projetada, a sombra vive nessa projeção.
Nada
a fazer naquele recinto, como não tenho medo de nada, saí pela janela afora,
sabendo que somos pássaros, e empreendemos voo para os mundos felizes. Este é
um recurso de que disponho para sair de situações em processo de transformação:
voar.
Nesse
voo sobrevoei uma cidade que possui belos jardins, assim como vemos belos
jardins na cidade gaúcha de Gramado. Lá, a densa consciência planetária que
levam milhões e até bilhões de pessoas em litígio não existia. Lá, as palavras
do jardineiro repercutia com maior precisão: todos somos um.
No
alto sobrevoando um dos mundos felizes, admirei a beleza que se descortinava
aos meus olhos: tudo está a mão, sem nenhum esforço ou preocupação. As casas,
as benfeitorias que se espalhavam pelas cercanias, as mulheres que lá estavam,
estavam à minha disposição, basta um pensamento, apenas. Nessa circunstância,
pude ver o significado do pensamento hindu: não buscar nem fugir.
Como
tenho demonstrado no decorrer dos relatos que escrevo, para sair da densa
consciência planetária e entrar no clima dos amores eternos, é necessário
vivenciar os quatro pilares de ascensão de consciência: simplicidade,
humildade, transparência e alegria. Incluo mais um pilar, gratidão, sugerido
pela minha amiga búlgara Nona Orlinova, de encantadora beleza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário