Páginas

segunda-feira, 28 de março de 2016

FONTES LÍMPIDAS

Das fontes límpidas nascem os mananciais da vida. Tudo vem se alimentar nelas. A beleza que sentimos no íntimo irá nos propiciar a aproximação da beleza que vem dessas fontes.
No campo físico, as nascentes d'água dão vida ao solo e tudo que nele vive. No campo etérico, a fonte da inspiração abastece a criação da arte e da beleza que se expressam na música harmoniosa, na poesia, no teatro e nos gestos daqueles que manifestam amor e ternura.
As andorinhas em bandos fazem o verão, as flores se abrindo a primavera, as manadas de animais a romaria para os lugares férteis.
Os homens de uma nação seguem as conjunturas políticas de grupos que se renovam em períodos sucessivos. Os modelos econômicos e políticos são experimentados com a finalidade de buscar novas forma de governo.
O que vemos no mundo inteiro é o caminhar das nações imitando os passos das manadas de animais em busca de lugares férteis. A fome, a sede e o abrigo são necessidades comuns em ambos os casos.
O instinto da conservação impulsiona os animais a sobreviver, mesmo que isto lhes custe muitas caminhadas. Esse atavismo do reino animal chega aos homens com maior nitidez, iluminado pela inteligência e pela razão.
Nesse estágio de percepção, cria-se, no reino humano, a idéia de luta pela sobrevivência. Os homens sentem necessidade de buscar na fonte do trabalho o meio de sobreviver.
Como todos buscam a mesma fonte, subordinados a  uma  educação que estabelece as regras de conduta, há um atropelamento na avidez pela aquisição dos valores imediatos  onde  se  vê os caídos que não tiveram a astúcia e a esperteza de derrubar seus companheiros.
Esse jogo de disputa é próprio num mundo competitivo em que vivemos, abrangendo a política, o mercado de trabalho e até mesmo as ligações de casais que dele recebem forte influência.
Nas mudanças políticas, consequentemente econômicas, cria-se um clima de incerteza, mesmo que os técnicos de planejamento observem as diretrizes a serem tomadas. Há muitos interesses em jogo, grupos econômicos influindo na economia, trabalhadores reivindicando melhores salários, necessidades coletivas a serem supridas.
A fonte do abastecimento, espalhada nos mananciais da vida, está sempre fecunda. Os animais para sobreviver  não  se  atropelam e seguem em romaria ouvindo a voz do instinto conservador.
Numa imitação fragmentada, os homens, buscando os recursos para a sobrevivência do corpo físico, não se reúnem em grupo como as manadas de animais. Há um sectarismo em todas as suas atividades. O interesse da recíproca é gritante. Dá-se a quem pode retribuir.
Mas esta consciência egocêntrica gera desníveis no equilíbrio social e não resiste mais a mudanças políticas que se operam no mundo inteiro.
O progresso é um bem comum. Ninguém pode mais viver isolado num mundo que tende a se integrar num clima de solidariedade a tudo que o compõe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário