O apego a pessoas, coisas, trabalho,
ideais está mais ligado às contingências do momento do que as necessidades
reais do nosso ser que vive em dimensões superiores à matéria.
Se
reconhecêssemos que tudo e todos estão imantados em uma só essência cósmica,
veríamos que nossa preocupação pelos resultados não tem razão alguma de
existir.
A
dedicação ao trabalho que nos cabe fazer e o amor pelas pessoas de nosso
convívio e, ainda, a devoção que temos pelo ideal escolhido são estímulos para
que a vida se complete dentro de nós.
O
importante é distinguir o amor e o apego. Ambos são diferentes, embora, na
aparência, estejam no mesmo nível de igualdade. Possuem uma realidade única de
extremidades opostos.
A
diferença é que o apego está voltado às exigências do que sentimos sem a visão
interna e o amor é o reconhecimento de que tudo se manifesta com
um fim útil, embora não tenhamos a compreensão.
O
particularismo de observarmos pessoas que amamos ou serviços que prestamos
tira-nos a tranqüilidade quando a ordem dos acontecimentos se inverte para
elaborar circunstâncias novas com outra dimensão maior que não podemos
alcançar.
Ninguém
ainda permaneceu tranquilo diante dos fatos que alteram as condições de vida,
no lar e no trabalho, se manteve-se preso a condicionamentos que estipulam a
vida apenas no terreno das aparências
materiais.
É
necessário que a criatura humana compreenda o mundo íntimo em que está
mergulhada para que notícias como desolação por perdas de lugares, saudades de
pessoas amadas não tirem a alegria permanente que devem possuir sempre.
Afinal,
quem somos nós para conduzir o destino das pessoas se ainda temos muita
dificuldade em compreender o nosso? Mas
sabemos que há uma energia que nos envolve em comunhão permanente. Nossos
pensamentos participam ativamente neste contexto, sem resquícios de apego.
O
importante é termos deixado plantado o amor nos corações que se afastaram
materialmente de nós e que, em outros lugares ou em outra dimensão, possam se
sentir felizes com a certeza de que, em outro nível de consciência onde o amor
se expande pelo Cosmos, não há separação.
Tudo
já foi estabelecido antes de trabalharmos. O campo, as sementes, o tempo e as
condições de semear. Os frutos pertencem à obra do universo que beneficiará a
todos que estiverem conosco no momento do plantio. Eles continuam trabalhando
em tarefas que não temos o direito de retê-los mentalmente junto de nós.
Quando
compreendemos o caminhar das pessoas que nos acompanham, uma sensação de
conforto e de tranquilidade se estabelece no nosso íntimo, não importa a
direção escolhida, pois no universo a energia que harmoniosamente move os
corpos celestes é a mesma que dá forças ao homem viver, onde estiver.
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