Enfrentando a pior crise de saúde
pública nas últimas décadas, o governo dos Estados Unidos publicou, em
15/03/2016, as primeiras normas nacionais para analgésicos recomendando aos
médicos indicar medicamentos, como o ibuprofeno, antes de prescrever os
comprimidos altamente viciantes. [The New York Times – March 16, 2016].
Segundo
ainda aquele matutino, de acordo com a OMS, os analgésicos opiáceos OxyContin,
Percocet e Vicodin são as drogas mais prescritas nos Estados Unidos, com vendas
de quase 2 bilhões de dólares por ano. A respeito, Dr. Thomas R. Frieden,
diretor do CDC, revelou que “tornou-se cada vez mais claro que os opióides têm
risco substancial, mas apenas benefícios incertos – comparado especialmente com
outros tratamentos para a dor crônica”.
O
ópio é extraído da planta papoula, o opióide é narcótico (torpor, em grego),
mas refere-se também a outras drogas. A morfina é um opióide natural derivado
do ópio. Os efeitos comuns são supressão da dor e sonolência. A palavra morfina
vem de Morfeu, deus do sono na mitologia grega.
Anteriormente, na crônica Privação do Sono, divulgamos
notícia do jornal The Independent – London – September, 11, 2015: “Workers
subjected to 'torture' of 'sleep-deprived society' by being made to work before
10am, says body clock expert”.
Ao
ensejo da realização do Festival Britânico de Ciência, em Bradford, o acadêmico
Paul Kelley, médico especialista em doença do sono, disse que as pessoas no
trabalho estão sendo torturadas por uma sociedade privada do sono, isto é um
problema mundial.
As
pessoas possuem horário biológico ou ritmo circadiano e quando o ritmo é
alterado consequências surgem denotando graves danos à saúde, diminuindo o
sistema de defesa e se instalando doenças como diabetes e esquizofrenia.
O
horário das horas trabalhadas, durante o dia, que deflagra desarranjo no
organismo pode ser também o mesmo em horas noturnas para quem não está
acostumado a trabalhar em ciclos alternativos de brusca mudança.
Mesmo
sem trabalhar, a insônia pode provocar sintomas que levam a esse mesmo
diagnóstico onde surgem distorções mentais. Cresce o uso de drogas lícitas
diante do problema, aumentando o lucro da indústria farmacêutica, sem nos
referir a outras drogas, como o álcool, admissível por essa sociedade privada
do sono, e as drogas ilícitas largamente usadas por um contingente muito grande
de pessoas. PRIVAÇÃO DO SONO – 10 de setembro de 2015 – blog Fernando Pinheiro,
escritor.
A
matéria do The New York Times (16/03/2016) diz ainda que está havendo muitas
mortes nos Estados Unidos em decorrência do uso excessivo de comprimidos
altamente viciantes, o que já vimos alertando aos nossos leitores, desde o ano
passado, na citação do médico Allen Frances em textos de nossa crônica PÍLULA
ADOCICADA, a seguir:
O
sistema de diagnóstico, na área de psiquiatria, conforme observamos na mídia, é
altamente pressionado pela indústria farmacêutica. O consumo de remédios
antidepressivos tem aumentado muito, na última década, sem que haja a
diminuição do índice de depressão no mundo.
A
5ª e última versão do DSM – Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais está em vigor desde maio de 2013, elevando o número de patologias
mentais a 450 categorias diferentes que eram 182, nos idos de 1968, no Manual
DSM–2 [Folha de S.Paulo – 14/05/2013].
Com
o apoio da mídia, a indústria farmacêutica joga pesado e faz convencer os
médicos e a sociedade em geral que os problemas psicológicos são resolvidos com
remédios de sua fabricação.
Em
alguns casos, sim, são úteis, mas o excesso provoca dependência, inclusive está
havendo “mais mortes por abuso de medicamentos do que por consumo de drogas”,
segundo o Dr. Allen Frances, Catedrático emérito da Universidade Duke, Carolina
do Norte, EE.UU., na entrevista concedida em 27/09/2014, ao Jornal El Pais –
Madri, Espanha. [PÍLULA ADOCICADA – 22/08/2015 – blog Fernando Pinheiro,
escritor].
Na
interpretação da linguagem dos sonhos, Carl Gustav Jung disse que neles existem
entidades misteriosas como se fossem amigos desconhecidos revelando sobre o
nosso bem-estar fundamental “que pode ser diferente do bem-estar que imaginamos
ser a nossa meta”.
O
mundo de Morfeu é a esfera mitológica grega que revela a existência do sono,
recrudescida, cientificamente, nos dias atuais, nos laboratórios e no Instituto
do Sono, experiência pioneira no Brasil, na cidade de São Paulo, que fazem
exames para demonstrar a qualidade do sono, sendo que no estado do sono REM
(Rapid Eyes Movement / Movimento Rápido de Olhos) ocorrem os sonhos.
Na
crônica Pégaso narramos um sonho que tivemos no astral inferior, zona de
impacto das forças em litígio, na consciência dissociada (bem/mal, certo/errado
e outras expressões correlatas) em que a separação do joio e do trigo se fazem
presentes, em vivência dos engramas do passado que as uniram para elaboração de
um estágio de aprendizado de difícil assimilação.
No
sono que se converte em pesadelo, há um mecanismo de elaboração de imagens e de
símbolos que tendem a desaparecer ao acordar à medida que nossas possibilidades
de assimilação se extinguem, isto para não ocorrer o choque que a personalidade
poderia ter ao despertar.
Ainda
dentro das imagens e dos símbolos, o sonho revela circunstâncias de comovente
beleza, agora com maior capacidade de ser lembrado e guardado na memória como
marco que define um novo passo em nossa caminhada em direção ao horizonte que,
acordado, sonhamos acontecer.
O
mundo de Morfeu abriga, ainda nos dias de hoje, pessoas dormindo em precária
situação: o corpo físico deitado no leito e a alma deitada no chão. Claro que
essas pessoas não poderiam se lembrar do que está ocorrendo nesse mundo, o
mundo de Morfeu.
Seria
humilhante para a personalidade, o ego das ciências ocultas, ver cenas que, no
estado de vigília, não poderia ocorrer. Nesses casos, o entorpecimento de
drogas lícitas (medicação médica) e de drogas ilícitas (álcool, maconha, crack,
cocaína e outras bastante comentadas nos meios de comunicação), se faz
presente.
O
ser profundo, que todos somos, sem exceção, não encontra as condições
necessárias para eclodir, vir à tona dentro do sono. O torpor e o
amolentamento, que essas drogas provocam, são obstáculos escolhidos, consciente
e inconscientemente, pelos usuários para afastá-los da realidade em que vivem.
O
sofrimento psíquico é o único recurso capaz de despertá-los, enquanto a
sabedoria das verdades eternas, incrustada em seu ser profundo, é o caminho que
não tem nenhuma ligação com os apelos fundamentalistas que prometem o que não
sabem.
No
entanto, nessas circunstâncias também ocorrem tratamento terapêutico dentro da
técnica utilizada na linguagem Ericksoriana. Há que se estabelecer o tempo de resgate
vencido, o destino que tem hora marcada, o merecimento de quem passa por provas
difíceis e o amparo concedido por seres multidimensionais que cumprem missões
que não podemos discutir.
O
mundo de Morfeu é o mundo em que podemos sonhar, quando dormimos, e dele
renascer em nova consciência que nos vislumbra a felicidade eterna.
Esse
mundo de Morfeu é uma crisálida: alguns vêem a morte da lagarta, outros o
nascer da borboleta.
Resplandeça
a vossa luz, referimo-nos aludindo à irradiação da luz crística que se projeta
das estrelas a caminho do nosso coração e de todos aqueles que a busca, vivendo
ainda o mundo de Morfeu, o mundo do sono. [O MUNDO DE MORFEU – 10 de março de
2013 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
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