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quinta-feira, 10 de março de 2016

ALÉM DA ARREBENTAÇÃO

A regulamentação publicada em 31/12/2015 nos meios de comunicação chineses tem aspectos que aqui no Brasil atentaria contra a liberdade de expressão. Mas em que parâmetro estaria de acordo com a dignidade humana, a chinesa ou a brasileira, ou ambas estão certas? Quando se fala em moral, fala-se no argumento daquilo que está escrito no código social, refletido nos apelos religiosos.
A moral, esse conjunto de regras estabelecidas no viver humano e transitório, serve-nos para nos proteger de situações que iriam nos embaraçar, é a zona de conforto mais apreciada nesta civilização que perdeu o sentido da ética do mundo grego (Sócrates/Platão) e que foi até Santo Agostinho, doutor da Igreja. Na Grécia antiga, a ética tinha um sentido de durar para sempre. [ANGÚSTIA – 25 de março de 2015 – blog Fernando Pinheiro, escritor]. 
Destacamos o que foi proibido pelo órgão responsável pela mídia chinesa, divulgado pelo jornal El Pais: cenas de relações extraconjugais ou de homossexuais, encontros furtivos de casais em apenas uma vez, supertições, reencarnações, bruxarias, estratégias de polícia para resolver casos, imagens de adolescentes fumando, bebendo ou brigando.
Quando à homossexualidade, tema abordado em nossa crônica Carol (08/02/2016) que apenas comenta cenas do filme, a China até quinze anos atrás, considerava isto uma doença, mas, conforme revelado pelo El Pais (10/03/2016), as autoridades chinesas estão tentando proibir que “este grupo tenha escassa ou nula presença pública”.
Inspirado no livro The Price of Salt, de Patrícia Highsmith, o filme Carol, dirigido por Todd Haynes, recebeu cinco indicações ao Oscar 2016: melhor atriz (Cate Blanchett), melhor atriz coadjuvante (Rooney Mara), melhor roteiro adaptado, melhor trilha sonora original e melhor figurino. O enredo conta história do amor entre duas mulheres que viveram, na década de 50, em Nova York.
Graças à iniciativa do psiquiatra Robert Spitzer (1932/2015), autor do primeiro livro de diagnóstico de transtornos mentais, a homossexualidade foi excluída como distúrbio mental do DSM-III (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria), editado em 1980, passando o diagnóstico a ser “perturbação de orientação sexual”, destinado a pessoas cuja orientação sexual, de qualquer variedade, as tenham causado sofrimento [The Telegraph – 13 de janeiro de 2016].
Segundo ainda o matutino britânico, o trabalho de Robert Spitzer estabeleceu uma nova DSM capaz de “erradicar o preconceito humano e obsessões freudianas com o ‘inconsciente’, possibilitando aos psiquiatras uma verificação de diagnóstico baseado na ciência”. Foi retirado também o termo neurose. Na edição do DSM de 1987, foram incluídos transtorno bipolar, transtorno de déficit de atenção, transtorno de pânico, autismo, bulimia e PTSD. 
A 5ª e última versão do DSM – Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais está em vigor desde maio de 2013, elevando o número de patologias mentais a 450 categorias diferentes que eram 182, nos idos de 1968, no Manual DSM–2 [Folha de S.Paulo – 14/05/2013] – Apud PÍLULA ADOCICADA – 22 de agosto de 2015 – blog Fernando Pinheiro, escritor. 
Cate Blanchett encarna a personagem Carol, mulher casada com Harge, vivido pelo ator Kyle Chandler. Ambos vivem o reflexo de um casamento que chega ao fim, num país em que o divórcio começou a aumentar muito depois da II Guerra Mundial e que, nos idos de 2012, segundo a Bloomberg, atingiu o número de 2,4 milhões.
Ao fazer compra numa loja de brinquedos, Carol conhece a vendedora Therese (Rooney Mara) que está com namoro, não muito empolgado, com Richard (Jake Lacy). Ambas trocam olhares recíprocos. Impedida de passar o Natal com a filha, Carol faz uma viagem com Terese com o objetivo de ter um romance. [CAROL – 08 de fevereiro de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Como o assunto envolve milhões de pessoas, a China tem 1,3 bilhão de habitantes (Censo de 2010), iremos expor o nosso ponto-de-vista, não abordando o espaço da mídia no Brasil, mas focalizando o argumento em crônicas anteriores, a saber:
Será que todos têm noção do que acontece no mundo ou a mídia o faz pensar no paradigma vigente? Onde está o conceito de consciência que o cientista Wigner explicitou, se a maioria nem sabe que até os insetos têm consciência? Nem vamos falar sobre o dinheiro do fundo líbio que sumiu. Será que 1 bilhão de dólares é pouco? Não importa, 1 centavo sumido já denota essa densa consciência planetária. [FAMÍLIA SEM FILHOS – 13 de abril de 2015]. 
Dessa forma, no comportamento humano as ligações que todos atraem tiveram origem nos pensamentos emitidos, embora haja pessoas que dizem não ter nada a haver com os desencantos que atraíram por escolhas pessoais, o que descarta toda a possibilidade de infortúnio ou azar. É o mérito seguindo em direção de quem mereceu por vontade própria. Pouco importa se isto está na área do consciente ou do inconsciente, o que é prevalece é a realidade criada por quem se posicionou nessa situação. [PÉGASO (XXI) – 31 de maio de 2015].
Aqui na Terra tudo é prisão: casamento, trabalho, vida social e os engramas do passado que impedem ir em direção dos seres multidimensionais, mas estes podem chegar aos seres humanos sempre com o propósito de libertá-los. Se houver amor no casamento, trabalho e vida social os engramas não irão mais existir. [NOS TRATOS DO AMOR – 01 de julho de 2015 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Já nos posicionamos sobre os problemas sociais que incluem o álcool, admitido como tóxico, pela Organização Mundial de Saúde, e o envolvimento de casais que cai sempre na fugacidade das horas.
Os engramas do passado estão incrustados no duplo que a ciência descobriu que todos os seres humanos possuem. No apelo religioso é chamado duplo etérico. De forma que a morte do corpo físico não elimina os engramas que estão presentes na pessoa que traz consigo. Esses engramas, quando não alimentados pelo pensamento, tendem a desaparecer com a luz projetada de nosso ser profundo que, como dissemos, todos possuem, sem exceção. [PÉGASO (XLI) – 06 de março de 2016]. 
Na crônica seguinte [PÉGASO (XLII), concluímos a nossa matéria que envolve interesse planetário, não apenas local:
 Contemplando o crepúsculo desta civilização, pensamos que o momento em que vivemos se assemelha à lua ensolarada. O fogo, como símbolo das transformações, atinge o clima romântico que se reveste de novas roupagens para sobreviver. Na queima dos valores e símbolos transitórios, vemos o despertar da beleza em sua pureza original. Sempre depois da devastação, a bonança revela o princípio da vida renascendo sempre.
Chegou a hora de sabermos quem é quem na vida e não ficarmos mais sendo manobrados pelos vendedores da ilusão que colocam à venda milhares de informações que desviam a atenção de nossos caminhos.
A falsificação deste mundo, em que os sistemas sociais se comprazem, e que estão se extinguindo, passa como verdade a inexistência de outro mundo fora deste onde vivemos e, o que é pior, impede, nessa concepção, aos homens o acesso à sua multidimensionalidade. [PÉGASO (XLII) – 07 de março de 2016 – fernandopinheiroescritor.blogspot.com
A nossa posição é de imparcialidade ou neutralidade, sem defender nenhum ponto-de-vista da China ou do Brasil, apenas aquilo que consideramos assunto de abordagem planetária, no prisma em que sentimos algo além da arrebentação, como nas ondas, onde milhões de seres humanos estão vivendo no presente momento.

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