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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

CASAMENTO BRANCO


Assistimos ao surgimento de um novo relacionamento de casais – casamento branco – destituído de união estável, onde se caracteriza a falta de realização de um acervo comum, mútua assistência, e afectio maritalis. Para muitos, sexo e amizade, ou amizade colorida.      
As madrugadas de lua cheia são encantadoras. Orvalhos de  prata são derramados numa luz suave. O clima de ternura envolve-nos numa doce magia.
Mas, nos primeiros raios do sol, vemos desvanecer a luz suave  da lua com os ruídos das pessoas que buscam o trabalho nos  lugares onde passam várias horas seguidas.
Depois, à noite sentem necessidade de voltar ao lar, onde a vida afetiva as espera para recompor carências e ampliar horizontes já plenamente ocupados pelos sentimentos de amor.
Sugestões de encantos enlaçam-nos de mil modos. A mulher é  sempre a mensageira da vida. O poder de sedução que ela possui é superior às armas dos guerreiros que conquistaram  espaços no campo social e político.
Basta um olhar, um sorriso, um jeito no andar e sacudir os cabelos, os meneios de seios para comover quem a aprecia. O convite ao amor, que a mulher inspira, vem suave como a luz das madrugadas de lua cheia.
Nos sonhos cor-de-rosa, vê alguém que lhe possa valorizar a  sua alma humana e inquieta que precisa se acalmar para  perceber a influência do plano mais sutil onde mora a beleza.
Assim como a rosa foi criada para espalhar perfume, o corpo feminino leva-nos a emoções onde o coração vai à frente. Seria pequenino demais limitá-lo apenas às sensações dos sentidos. A energia dos sentimentos sublimados ultrapassa fronteiras que limitam os espaços físicos.
O amor percorre o mundo em núpcias dançantes, renascendo as flores que se multiplicam em florestas, aumentando a população de nações e mundos desconhecidos. No céu bilhões  de olhos iluminados fazem a festa das galáxias em fenômenos  indescritíveis.
Sem perceberem o movimento que distribui a beleza dos planos mais sutis, os casais que levam a vida em comum longe do  amor – casamento branco – vão sentir algum dia, em algum  lugar, a vontade de amar.
Sabemos que há beleza inefável que vem das esferas resplandecentes como o sol que se reflete na lua derramando  orvalhos de prata e na harmonia sincronizada dos anéis de  Saturno com dezoito luas conhecidas a iluminar aquele planeta  em noites alaranjadas, azuladas, cores de poente e das  madrugadas que anunciam uma luz maior.
Quando sentimos as sugestões que embelezam a vida, ficamos  mergulhados no Universo como a gota de orvalho que cai no oceano sem a necessidade de aparecer porque o  importante é o fluxo das energias que a movimenta.
Ciclo de mudanças é normal num mundo que se desgasta em experiências devastadoras. A degradação social ganha espaços  quando não há atenção para a harmonia que vem da  natureza.
Com receio de encarar a realidade que o infelicita, o homem  busca evasivas e fugas que o iludem em momentos  passageiros. A falácia de uma posição social, passageira nos valores que se alteram, não é aceita em nenhum instante. A ilusão lhe traz um prazer mórbido, com reflexos em doenças e sofrimentos.
No clima anunciado em cartazes e propaganda que estimulam os usuários a práticas consideradas aceitáveis, todas as camadas sociais sofrem-lhe o assédio. O fumo, o álcool, a droga, o sexo em desalinho, que aviltam a dignidade humana, se movem nesses espaços.
Quando os adolescentes despertam para a vida conjugal encontram o meio infestado de vícios e distorções que lhes dificultam a escolha de uma companheira que ainda não se contaminou.
Nesse aprendizado difícil, a valorização daquilo que há de vir, tem um sentido amplo de grandeza que somente quem passou por isso sabe o quanto é grandioso.

Blog Fernando Pinheiro, escritor
Site  www.fernandopinheirobb.com.br


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