Assistimos ao
surgimento de um novo relacionamento de casais – casamento branco – destituído
de união estável, onde se caracteriza a falta de realização de um acervo comum,
mútua assistência, e afectio maritalis. Para muitos, sexo e amizade, ou amizade
colorida.
As madrugadas
de lua cheia são encantadoras. Orvalhos de
prata são derramados numa luz suave. O clima de ternura envolve-nos numa
doce magia.
Mas, nos
primeiros raios do sol, vemos desvanecer a luz suave da lua com os ruídos das pessoas que buscam o
trabalho nos lugares onde passam várias
horas seguidas.
Depois, à
noite sentem necessidade de voltar ao lar, onde a vida afetiva as espera para
recompor carências e ampliar horizontes já plenamente ocupados pelos
sentimentos de amor.
Sugestões de
encantos enlaçam-nos de mil modos. A mulher é
sempre a mensageira da vida. O poder de sedução que ela possui é
superior às armas dos guerreiros que conquistaram espaços no campo social e político.
Basta um
olhar, um sorriso, um jeito no andar e sacudir os cabelos, os meneios de seios
para comover quem a aprecia. O convite ao amor, que a mulher inspira, vem suave
como a luz das madrugadas de lua cheia.
Nos sonhos
cor-de-rosa, vê alguém que lhe possa valorizar a sua alma humana e inquieta que precisa se
acalmar para perceber a influência do
plano mais sutil onde mora a beleza.
Assim como a
rosa foi criada para espalhar perfume, o corpo feminino leva-nos a emoções onde
o coração vai à frente. Seria pequenino demais limitá-lo apenas às sensações
dos sentidos. A energia dos sentimentos sublimados ultrapassa fronteiras que
limitam os espaços físicos.
O amor
percorre o mundo em núpcias dançantes, renascendo as flores que se multiplicam
em florestas, aumentando a população de nações e mundos desconhecidos. No céu
bilhões de olhos iluminados fazem a
festa das galáxias em fenômenos
indescritíveis.
Sem perceberem
o movimento que distribui a beleza dos planos mais sutis, os casais que levam a
vida em comum longe do amor – casamento
branco – vão sentir algum dia, em algum
lugar, a vontade de amar.
Sabemos que há
beleza inefável que vem das esferas resplandecentes como o sol que se reflete
na lua derramando orvalhos de prata e na
harmonia sincronizada dos anéis de
Saturno com dezoito luas conhecidas a iluminar aquele planeta em noites alaranjadas, azuladas, cores de
poente e das madrugadas que anunciam uma
luz maior.
Quando
sentimos as sugestões que embelezam a vida, ficamos mergulhados no Universo como a gota de
orvalho que cai no oceano sem a necessidade de aparecer porque o importante é o fluxo das energias que a
movimenta.
Ciclo de
mudanças é normal num mundo que se desgasta em experiências devastadoras. A
degradação social ganha espaços quando
não há atenção para a harmonia que vem da
natureza.
Com receio de
encarar a realidade que o infelicita, o homem
busca evasivas e fugas que o iludem em momentos passageiros. A falácia de uma posição social,
passageira nos valores que se alteram, não é aceita em nenhum instante. A
ilusão lhe traz um prazer mórbido, com reflexos em doenças e sofrimentos.
No clima
anunciado em cartazes e propaganda que estimulam os usuários a práticas
consideradas aceitáveis, todas as camadas sociais sofrem-lhe o assédio. O fumo,
o álcool, a droga, o sexo em desalinho, que aviltam a dignidade humana, se
movem nesses espaços.
Quando os
adolescentes despertam para a vida conjugal encontram o meio infestado de
vícios e distorções que lhes dificultam a escolha de uma companheira que ainda
não se contaminou.
Nesse
aprendizado difícil, a valorização daquilo que há de vir, tem um sentido amplo
de grandeza que somente quem passou por isso sabe o quanto é grandioso.
Blog Fernando Pinheiro, escritor
Site www.fernandopinheirobb.com.br
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