Tudo se agita.
A vida está presente em tudo. Desde os elementos microssômicos até os infinitos
corpos celestes, há o júbilo do existir, sem interrupção alguma. Por que
haveria o homem, que já vislumbra a sua realidade imortal, ficar detido diante
dos acontecimentos que lhe servem de aprimoramento?
A cada dia,
vemos fatos alterando as condições de vida do homem. Parece dolorosa a perda de
algo, mas terá a certeza de tudo que lhe convém? Isto somente é possível se
houver uma ligação com os níveis superiores de consciência que são
canais onde a sabedoria se
manifesta explicando as causas.
O segredo de
viver bem é aceitar a vida em tudo aquilo que ela se nos apresenta. Agradável
ou desagradável são circunstâncias que têm valor. Uma denota algo completo, a
outra algo por completar.
O nosso
roteiro de vida é o fluxo dos acontecimentos que nos dizem respeito. Que
adianta lutar contra a vida que elaboramos
com os pensamentos! Quem pode deter o tempo que traz situações
inexoráveis que teremos de passar?
A revolta, a
reclamação, comuns nos dias que vão ficando para trás, denota o desconhecimento daquilo que
nos pertence, pois a vida nos responde aos apelos, nas situações exatas do que
somos e temos conosco.
Não adianta se
revoltar contra os ventos que espalham o fogo, as águas das chuvas e dos rios
que alagam cidades, povoados e vegetação.
Se o homem
tivesse o conhecimento da realidade da vida, não teria desencantos,
simplesmente a aceitaria sem palavras de inconformação.
Quando se
critica o efeito, sem conhecer a causa, há uma perda de oportunidade de
refazimento interior que seria capaz de mudar a situação aparentemente
desagradável.
Enquanto isso,
o homem vagará, de obstáculo em obstáculo, à
procura de sua riqueza maior, a única que lhe dá certeza de que não se afligirá diante dos fatos
conturbados.
Se o
nascimento no plano físico é doloroso, o nascimento para o mundo interno é
ainda maior, pois a ilusão das aparências o agarra com todos os tentáculos de
um prazer que, mais tarde, reconhecerá
fugaz, pois não estará mais em suas mãos,
deixando nele traços de desolação.
Diante de um
clima de revolta e inconformação, deixado por pessoas que passam por nós, não
devemos temer mal algum. As situações que criaram, num momento de descrença,
são ondas se desmanchando em véus de
espuma.
Devemos
agradecer tudo a Deus e muito cuidado com o que pedimos, pois os apelos
puramente transitórios podem ser convertidos em situações que iremos, mais
tarde, reclamar, pondo culpas no Governo, no vizinho ou nos amores que nos
levam à paixão ou à decepção.
Confiemos no
nosso trabalho de ligação com os ideais superiores da vida, a fim de que, em
pouco tempo, possamos apreciar nas montanhas
as lutas dos caminhantes do
vale.
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