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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

NOS CAMINHOS DE JERICÓ


Jerusalém estava no roteiro de viagem. A manhã veio festiva em luz e cor. Os participantes das reuniões de estudo tinham pressa em relatar ao Mestre o fato ocorrido. Todos comungavam a mesma ideia.
Sentado à beira de uma árvore, nos caminhos que serpenteavam as vizinhanças de Jericó, o Mestre estava olhando as folhas caindo empurradas pelo vento em trajetória que ninguém poderia prever. Essas folhas têm muito a ver com os homens que seguem impulsionados pelas forças do destino  que desconhecem.
O Mestre acompanhava serenamente todos os gestos da natureza tão imperceptíveis pelos homens. Tudo tinha um valor grandioso: os ventos, as folhas, os homens, as forças que os impulsionam.
No instante em que as folhas pararam diante de um pedacinho de arbusto, seus discípulos chegaram ansiosos para contar-lhe  a novidade. À frente estava João: “Mestre, vimos um homem que em teu nome expulsava demônios, e nós lhe proibimos, porque não nos segue.”   (102)
A vibração de zelo desfigurado, que saiu da mente dos discípulos, dispersava-se ao atingir o campo magnético em que estava envolvido o Mestre. Ainda ligado à lição de incomparável beleza que as folhas o despertavam, não quis alimentar a ideia de revolta dos seus discípulos.
A ânsia deles era muito grande. Queriam uma resposta, de imediato. Sentindo o instante exato em que deveria se manifestar, Jesus disse: “Não lhe proibais. Ninguém há que  faça milagre em meu nome, e logo a seguir possa falar mal de  mim, pois quem não é contra nós, é por nós.” (103)
(102 e 103) MARCOS, 9:38
Houve um momento de silêncio, de efeito profundo. Os discípulos compreenderam que não havia razão para chamar a atenção de um estranho que estava semeando a boa semente em gestos que desconheciam.
A ânsia deles era muito grande. Queriam uma resposta, de imediato. Sentindo o instante exato em que deveria se manifestar, Jesus disse: “Não lhe proibais. Ninguém há que faça milagre em meu nome, e logo a seguir possa falar mal de mim, pois quem não é contra nós, é por nós.”  (104)
(104) MARCOS, 9:39 e 40      
É preciso ter muito cuidado com as tarefas que nos são entregues pela vida, pois cada um possui um objetivo próprio sem ter a peculiaridade que trazemos conosco. É por isso que a  diversidade dos dons do Senhor do Destino são múltiplos, tão grande quanto a escala evolutiva.
A trajetória das criaturas humanas é sempre impulsionada pela vontade divina que estabelece as condições peculiares para que os movimentos em direção do destino, onde seguem, não deixem de parar. Por isso, vemos que tudo é vida, tudo está em movimento, tudo é manifestação de beleza comovente.
Todos os gestos que nos chegam são apelos para que a emoção do existir não pare. Se há colaboração voltada no bem em comum, não devemos ficar detidos demoradamente analisando as razões por que está sendo realizada, pois o tempo corre  rápido como os ventos soltos à distância.


Blog Fernando Pinheiro, escritor
Site  www.fernandopinheirobb.com.br

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