Jerusalém
estava no roteiro de viagem. A manhã veio festiva em luz e cor. Os
participantes das reuniões de estudo tinham pressa em relatar ao Mestre o fato
ocorrido. Todos comungavam a mesma ideia.
Sentado
à beira de uma árvore, nos caminhos que serpenteavam as vizinhanças de Jericó,
o Mestre estava olhando as folhas caindo empurradas pelo vento em trajetória
que ninguém poderia prever. Essas folhas têm muito a ver com os homens que
seguem impulsionados pelas forças do destino
que desconhecem.
O
Mestre acompanhava serenamente todos os gestos da natureza tão imperceptíveis
pelos homens. Tudo tinha um valor grandioso: os ventos, as folhas, os homens,
as forças que os impulsionam.
No
instante em que as folhas pararam diante de um pedacinho de arbusto, seus
discípulos chegaram ansiosos para contar-lhe
a novidade. À frente estava João: “Mestre, vimos um homem que em teu
nome expulsava demônios, e nós lhe proibimos, porque não nos segue.” (102)
A
vibração de zelo desfigurado, que saiu da mente dos discípulos, dispersava-se
ao atingir o campo magnético em que estava envolvido o Mestre. Ainda ligado à
lição de incomparável beleza que as folhas o despertavam, não quis alimentar a
ideia de revolta dos seus discípulos.
A
ânsia deles era muito grande. Queriam uma resposta, de imediato. Sentindo o
instante exato em que deveria se manifestar, Jesus disse: “Não lhe proibais.
Ninguém há que faça milagre em meu nome,
e logo a seguir possa falar mal de mim,
pois quem não é contra nós, é por nós.” (103)
(102
e 103) MARCOS, 9:38
Houve
um momento de silêncio, de efeito profundo. Os discípulos compreenderam que não
havia razão para chamar a atenção de um estranho que estava semeando a boa
semente em gestos que desconheciam.
A
ânsia deles era muito grande. Queriam uma resposta, de imediato. Sentindo o
instante exato em que deveria se manifestar, Jesus disse: “Não lhe proibais.
Ninguém há que faça milagre em meu nome, e logo a seguir possa falar mal de
mim, pois quem não é contra nós, é por nós.”
(104)
(104) MARCOS, 9:39 e 40
É
preciso ter muito cuidado com as tarefas que nos são entregues pela vida, pois
cada um possui um objetivo próprio sem ter a peculiaridade que trazemos
conosco. É por isso que a diversidade
dos dons do Senhor do Destino são múltiplos, tão grande quanto a escala
evolutiva.
A
trajetória das criaturas humanas é sempre impulsionada pela vontade divina que
estabelece as condições peculiares para que os movimentos em direção do
destino, onde seguem, não deixem de parar. Por isso, vemos que tudo é vida,
tudo está em movimento, tudo é manifestação de beleza comovente.
Todos
os gestos que nos chegam são apelos para que a emoção do existir não pare. Se
há colaboração voltada no bem em comum, não devemos ficar detidos demoradamente
analisando as razões por que está sendo realizada, pois o tempo corre rápido como os ventos soltos à distância.
Blog Fernando Pinheiro, escritor
Site www.fernandopinheirobb.com.br
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