Em
frente do templo de Salomão, num ardente entardecer de Nisan, estavam reunidos
os discípulos ao redor do Mestre. Eles lhe mostraram as edificações imponentes
onde a fé e a religiosidade eram representadas em cerimônias sagradas.
Um
olhar se projetou no futuro, estendendo cenas que se desenrolariam naqueles
recintos, e a voz dele foi ouvida por todos: “em verdade vos digo que não
ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada” [Mateus, 24:1 e 2].
A
caminho do Getsêmani, o silêncio se faz presente por alguns minutos e, em
seguida, Jesus dá início ao comovente discurso profético de que nos falam os
escritores da Boa Nova: “Que ninguém vos engane! ... Ficai vigilantes, a fim de
que não sejais surpreendidos. O dia e a hora ninguém sabe, só o Pai, nem o
Filho....”
Geração
de vidas humanas que ainda não se libertou do ciclo de sofrimentos e dores, por
ainda não entender a mensagem lúcida do
Mestre Jesus, está tendo a última oportunidade para acompanhar a parcela da
humanidade que aguarda as promessas evangélicas.
A
crise dos tempos atuais, que invade os lares, templos e organizações humanas,
revela a fragilidade dos conceitos que se apoiam nos valores da
transitoriedade.
As
palavras de Jesus eram pronunciadas com ternura e bondade para abafar a reação
dos discípulos acerca dos acontecimentos futuros que se desenrolariam com a
geração comprometida com as injunções do final dos ciclos do tempo, focalizada
em duas alternativas: permanecer a fim de construir um mundo melhor, ou ir embora para nunca mais
voltar para este hotel planetário que ganhará mais uma estrela. É dessa forma
que hoje compreendemos o que seja a separação do joio e do trigo. É uma
linguagem endereçada a alma humana.
Com
a saída dos responsáveis pela crise que estiveram à frente na disseminação da
incerteza e dos desencantos, divulgados pelos meios de comunicação, teremos o
primado da primavera dos poetas, da
revelação dos compositores e artistas que enaltecem a natureza, a harmonia, o respeito
pela vida.
A
composição harmoniosa das palavras de Jesus ganha uma entonação que lembram um
conjunto de notas musicais ♪♫♫ soltas no ar (modulações na voz) – um aroma de
perfume que o vento traz, a sensação do paraíso, o sonho de nossa alma revelado à luz do dia.
O
discurso profético prossegue em tom vibrante e comovedor: “quem estiver nos
montes não volte à cidade e quem se encontrar nos telhados não desça – não
haverá tempo.”
A
vibração harmoniosa da voz do profeta derrama no coração de cada um dos
participantes o esclarecimento: “a grande tribulação se iniciará, levando de
roldão as mazelas e misérias humanas... O sol se escurecerá, antes as sombras
se levantarão da Terra e a lua se banhará de sangue...” (...) “Passará o céu e
a terra, mas as minhas palavras não passarão.”
A
profecia está atualizada. A sombra que se levanta da Terra é a poluição
ameaçando a camada de ozônio e a lua banhada de
sangue é a destruição que está no plano mental dos conquistadores que
espalham a guerra no espaço, nos desertos do Levante e do Afeganistão, e nas
terras da antiga Mesopotâmia, de tradição bélica. A profecia tem seus ciclos.
Numa
civilização que busca, por caminhos estranhos, o amor que está a caminho, apenas ressoa em nosso
ser o canto da profecia: “não ficará pedra sobre pedra”. E nos escombros, a
nova humanidade buscará a consciência lógica de Deus para recompor o seu
verdadeiro perfil, o seu verdadeiro caminho.
Os
regimes de força, que anulam os direitos naturais do homem, serão banidos em
todos os sistemas sociais. A paz será conhecida em sua forma original como a
pureza das águas das fontes.
O
amor será a essência primordial de que se nutrirá os habitantes da Terra e será
doado, em pureza lirial, a todos e a todos os ambientes, em todas as horas, num
tempo que não acabará nunca.
Nesse
tempo, o sexo terá uma dimensão maior. Hoje, à semelhança de crianças que ainda
não aprenderam a andar, numa festa de aniversário, come-se apenas a cobertura
sem provar do bolo. O sexo está na alma e não apenas no corpo. Esta será a descoberta da nova humanidade que
se libertará do jugo milenar que as aparências impõem.
Com
a vibração luminosa do amor estendida por toda a superfície terrena, as camadas
densas e escuras, que a envolvem, formadas pela poluição mental, serão
extintas, assim como faz a vela acesa clareando o que antes era escuridão.
Blog Fernando Pinheiro, escritor
Site www.fernandopinheirobb.com.br
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