Surge a
reflexão agora ou nunca.
A agitação se
expressa nas mudanças. A vontade de ver e sentir novos rumos vem forte como os
ventos da tempestade.
As coisas do
passado se desgastam e se anulam diante das forças que surgem modificando
caminhos. É a transmutação dos tempos – reflexos que se vestem de novas
roupagens.
A vida é
sempre única, embora suas manifestações tenham uma variedade infinita de concepções.
Risos e dores, ternura e aridez de sentimentos se misturam renovando paisagens
íntimas.
Quantas vezes,
embalada pelas emoções, a criatura humana aguarda e anseia aquilo que vem
completar seus sonhos? Não lhe será surpresa a chegada da claridade que
dissipará o orvalho das madrugadas.
Mas o
crescimento das formas e conteúdos necessita de um tempo adequado. Por mais sublimes que sejam os sonhos, sem a hora de chegada
permanecem em suas nascentes sagradas.
Este é o
segredo dos sábios que se sacrificavam diante de multidão de pessoas ansiosas
por mudanças imediatas, sem observar a perenidade dos ideais. O Monte das
Oliveiras foi o cenário mais comovente do silêncio.
A agitação
humana crepita sem cessar, como se fosse um enxame de abelhas ao redor da flor.
Todos querem se alimentar para produzirem o mel. É natural.
Diante de
tantas necessidades no campo do sentimento, o homem busca aproveitar a hora no
meio da agitação coletiva que se espalha em todos os lugares.
Não há tempo a
perder, o momento é agora ou nunca.
Quando surge a
oportunidade para completar os planos de
grandeza transcendental, ele coloca acima de tudo seus esforços sem medir sacrifícios.
É por isso que
vemos em muitos lugares as causas nobres defendidas por pessoas que passam
influenciadas pela agitação humana. Mas, no íntimo, possuem a placidez dos
oceanos em tempo de calmaria.
Há uma
atmosfera de convite pairando no ar. Quem pode ajudar esta humanidade ameaçada
pela destruição de valores? Os
ensinamentos das religiões nascidas do amor são importantes.
O convite é
coletivo. Todos podem entrar na luta de recomposição daquilo que está sendo
destruído: os rios, os mares, as matas, a camada solar e o próprio reino humano
onde pessoas adquirem aspectos de animais selvagens.
E o amor? As
galáxias se movem em círculos matemáticos espalhando mundos que se agitam na
beleza da forma e do conteúdo desconhecidos pelo homem. Há uma combinação de
elementos que formam reinos infinitos que se interligam em escalas evolutivas atestando o crescimento da
vida.Mas o homem, cego em sua cultura sem amor, não percebe a necessidade de se
harmonizar com os outros reinos da Criação.
Mesmo indo e
voltando para refazer caminhos, ele necessita acompanhar, neste final de ciclo
planetário, que se estende nos albores do século XXI, o ritmo que vem das
estrelas, sentido pela mulher hemorroíssa ao tocar a túnica inconsútil e pelo
próprio Lázaro, adormecido nas amarras mumificadas, depois acordado, a fim de
entender a realidade transcendente que a
todos envolve.
Permaneçamos
sempre atentos à mensagem inspiradora do amor revelado por Jesus, a fim de que
possamos ter vida, além da vida perecível da matéria, cheia de irradiações
luminosas que possam iluminar os passos daqueles que nos pedem ajuda.
Blog Fernando Pinheiro, escritor
Site www.fernandopinheirobb.com.br
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