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quinta-feira, 5 de julho de 2012

ANTAR

O argumento musical da suíte Antar, de Rimsky-Korsakov, foi inspirado num conto poético de Senkovsky que relata o caminhar solitário de um poeta e guerreiro, no deserto de Sham, perto das ruínas de Palmira, onde afugenta uma ave gigantesca que perseguia uma gazela (TRANCHEFORT/1990).
À noite, Antar, em sonhos, viaja ao palácio encantado da fada Gul-Nazar que lhe agradece por ter salvo a vida quando tinha adotado o aspecto de uma gazela. Lá esquece as dificuldades da vida comunitária (TRANCHEFORT/1990).
É necessário sabermos seguir a direção que nos dá visão de nossos ideais, não importando se as circunstâncias atuais ainda não nos sejam completamente favoráveis. Se há um tênue deslizar de águas que saem da fonte, lá na frente correrá num grande fluxo, em direção ao mar.
Assim são os nossos sonhos. Nascidos em fontes sagradas têm a direção que a lei natural determinará. Os rios têm a gravidade que favorece o percurso, o homem possui a gravitação de seus interesses em torno da causa que beneficiará a todos. A evolução está em tudo. É por isto que vemos se extinguir movimentos de beleza restritos à área particular de pessoas que pensam sentir o infortúnio e o isolamento.
O que pertence ao interesse geral virá no momento adequado, embora haja embaraço naqueles que têm dificuldades em levar à frente tal empreendimento.
A semente faz esforço gigantesco até se arrebentar para renascer em outra forma que dá alimentos a outros seres. O meio externo exerce influência no reino em que vive, limitado à natureza que o compõe, mas não consegue ultrapassar as fronteiras que anunciam outra dimensão maior.
Naquela nascente sagrada, onde começa a vida que resplandece no mundo físico, há condições do homem saber a realidade da vida que afugenta todos os temores e elucida os enigmas do destino.
A missão inteligente, que envolve seus sonhos, nasce nessas paragens de comovente beleza que possuem leis próprias, definidas e eternas.
Assim como o homem se extasia diante da força dos rios que desembocam no mar, os sonhos que promovem a evolução humana acontecerão, não importando as idades, os séculos, os milênios. O que é um determinado tempo diante da eternidade?
Como é importante mantermos a ligação com os níveis superiores de consciência, a fim de que nossos sonhos, nascidos daquelas fontes, possam se exteriorizar incólumes diante do meio que não tem forças para desgastá-los.
Se as condições não estimularem o plantio, conservemos as sementes em nossas mãos no tempo permitido para conservação e confiemos que a hora surgirá no momento adequado, favorecendo-nos o trabalho.
Os semeadores de todas as épocas sabiam que a vida passa por estágios evolutivos, simples e cristalina ganha formas variadas na complexidade de suas manifestações, multifacetadas, mas sempre única em suas nascentes.
Todas as dificuldades humanas, que se movimentam nas influências do meio que cerceia os grandes voos, desaparecem quando as energias do sonho surgem revelando a realidade da vida. Daí a razão do homem buscar conhecer suas necessidades, suas lacunas no campo afetivo, suas possibilidades de caminhar abrindo espaços a todos que estão por ele ligados por algum envolvimento.
Quando os sonhos atingem a realidade tangível são acalentados pelo sonhador que não sabe onde nasce a beleza imperecível e se movimenta nas energias do pensamento que encontram o impacto de manifestações contrárias.
Essas manifestações vêm da educação e das crenças que ainda persistem na consciência dissociada que está, ainda, na maioria da população mundial. Os engramas são introjetados na mente que é jugulada por pressões de controle de massas.
Apenas 500 pessoas, não mais do que isto, controlam toda a vida do planeta e determinam o que os 7 bilhões de pessoas devem fazer, ao influxo dessa educação e dessas crenças.
Nos mundos unificados não existem confinamento e nem vínculo de subjugação. Trabalha-se sim, dorme-se sim, em escalas de tempo muito menores do que existem na Terra. Resta-lhe o tempo para recreação e lazer em que as artes têm a preferência.
Vestindo a franja de resistências, onde o medo do desconhecido está, a criatura humana é impedida de se libertar e permanece no confinamento, sem ter a possibilidade de contato com as esferas multidimensionais.
Se houver a certeza de que as leis imutáveis da natureza não são distorcidas pelo ambiente de desconfiança em que muitos grupos sociais vivem, então o homem compreenderá a realidade dos sonhos como a única que existe, por ser a própria vida.
Blog Fernando Pinheiro, escritor    
      Site 
www.fernandopinheirobb.com.br
 

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