MAGDALA
Escrita para canto e piano, a música Magdala, de Assis Republicano, traz
os versos de Silveira Neto (1872/1942), membro da Academia Paranaense de Letras, pai do poeta curitibano Tasso
da Silveira. No início surge o movimento
allegro con furia, allargando molto lentamente que dá espaço à letra: “Colo que
inveja o mármore leitoso, em taças rubras, tremula de gozo”.
A seguir, no andamento poco più mosso surgem as palavras do canto: “o
champanhe dos beijos gole a gole, Magdala”. No meio da trajetória musical há um
crescendo molto que envolve a pergunta: “como ao sonho convertê-la?” A letra da
música finaliza dentro do andante lento dolce.
Antes de comentar o enredo que se
adapta aos costumes atuais, apresentamos as palavras de Villa–Lobos sobre o
autor: “Assis Republicano é um dos mais talentosos compositores brasileiros,
equipado de fartos recursos técnicos e de um fraseado espontâneo e agradável”. (2)
(2) HEITOR VILLA-LOBOS (in Acervo Virtual – Catálogos on line – Biblioteca Nacional - Rio de Janeiro - RJ)
Acrescentamos que o compositor
Antônio de Assis Republicano (1897/1960), a exemplo de seu mestre Francisco Braga, compôs peças sinfônicas. A
ópera de sua autoria A Natividade de Jesus foi encenada, em março de 1937, no
Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Nos idos de 1942, o Hino Nacional
Brasileiro, orquestrado pelo compositor gaúcho, foi oficializado por
decreto-lei.
A letra da música Magdala, para
canto e piano, aborda um tema bastante atual, o colo feminino, comentado em
emissoras de rádio, jornais, e em emissoras de televisão.
Antigamente,
e ainda hoje, os poetas se encantam diante dos seios da mulher. Castro Alves, o
poeta libertador, imaginou sonhos vislumbrando a ideia de seios virginais,
Lisboa Serra, poeta e presidente do BB (1853/1855),
menciona o encanto feminino nos colos de alabastro.
Blog Fernando Pinheiro, escritor
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