ÓRBITA
Destinada para canto e piano, a música Órbita, de Armando Albuquerque, foi
escrita, nos idos de 1947, em
Porto Alegre, a capital gaúcha. Principais movimentos: no
início é bem moderado, tornando-se mais forte, depois mais suave e no final é
lento e fortíssimo.
Ainda com relação à música
Órbita, o compositor Bruno Kiefer comenta que as linhas melódicas “apresentam
uma horizontalidade muito nossa,
horizontalidade que traduz uma certa timidez e, ao mesmo tempo, delicadeza de
sentimentos.” (1)
(1)
BRUNO KIEFER (in Os Cadernos de
Música/2, editados em 1973 pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre – RS)
Armando Albuquerque (1901/1986), imortal da Academia Brasileira de Música, e membro fundador da Sociedade
Brasileira de Música Contemporânea.
Os versos do poeta gaúcho Augusto
Meyer (1902/1970), contidos no livro Giraluz, compõem a letra da música que nos fala de
desencanto, no momento em que o pensamento mergulha em perguntas íntimas, num
ambiente em que as fumaças de cigarro se esvoaçam, arredondadas pelo abajur. O
coração está pesado, a carga de emoções é de chumbo.
O personagem da letra sente-se
só, até o tapete está em isolamento, “ilha clara na noite do mundo”. Ele busca
encontrar antigas perguntas: “quem murmura em mim?” E permanece triste e grave,
não sabe sair dos desencantos. A noite que está nele se reflete lá fora
caminhando “sobre as rosas, noivas pálidas ao luar”.
As horas da noite parecem
reavivar a ferida no peito, mas temos a certeza de que, assim como o minuto
dança na pausa do pêndulo, as horas passarão e, no final da madrugada, a aurora
surgirá para revelar que a noite era apenas um momento passageiro.
Essa antiga pergunta: "quem
murmura em mim?" é ele mesmo que precisa ser descoberto, é o ser etéreo
que se liga à fonte.
Esta é a nova consciência
planetária, a quinta dimensão unificada implantada depois de 26.000 anos de
terceira dimensão dissociada em que se estabeleceu esta humanidade falsificada
que ainda não ascendeu à atual dimensão de consciência.
A outra humanidade, em torno de
quase 2 bilhões do total de 7 bilhões de habitantes, tem o coração murmurando
como resposta à letra da música: “quem murmura em mim?”
A Terra possui apenas 350 milhões
de habitantes vivendo a divindade, no entanto, em cada ser existente existe a
divindade se manifestando, sem que exista ainda a consciência dessa
manifestação nesse enorme conglomerado de populações. Nesse caso, é o
sacrifício da luz que se manifesta dentro da ilusão.
Blog Fernando Pinheiro, escritor
Site www.fernandopinheirobb.com.br
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