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sábado, 21 de julho de 2012

ÓRBITA

Destinada para canto e piano, a música Órbita, de Armando Albuquerque, foi escrita, nos idos de 1947, em Porto Alegre, a capital gaúcha. Principais movimentos: no início é bem moderado, tornando-se mais forte, depois mais suave e no final é lento e fortíssimo.
Ainda com relação à música Órbita, o compositor Bruno Kiefer comenta que as linhas melódicas “apresentam uma horizontalidade muito nossa, horizontalidade que traduz uma certa timidez e, ao mesmo tempo, delicadeza de sentimentos.” (1)
(1)     BRUNO KIEFER (in Os Cadernos de Música/2, editados em 1973   pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre – RS)
Armando Albuquerque (1901/1986), imortal da Academia Brasileira de Música, e membro fundador da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea.
Os versos do poeta gaúcho Augusto Meyer (1902/1970), contidos no livro Giraluz, compõem a letra da música que nos fala de desencanto, no momento em que o pensamento mergulha em perguntas íntimas, num ambiente em que as fumaças de cigarro se esvoaçam, arredondadas pelo abajur. O coração está pesado, a carga de emoções é de chumbo.
O personagem da letra sente-se só, até o tapete está em isolamento, “ilha clara na noite do mundo”. Ele busca encontrar antigas perguntas: “quem murmura em mim?” E permanece triste e grave, não sabe sair dos desencantos. A noite que está nele se reflete lá fora caminhando “sobre as rosas, noivas pálidas ao luar”.
As horas da noite parecem reavivar a ferida no peito, mas temos a certeza de que, assim como o minuto dança na pausa do pêndulo, as horas passarão e, no final da madrugada, a aurora surgirá para revelar que a noite era apenas um momento passageiro.
Essa antiga pergunta: "quem murmura em mim?" é ele mesmo que precisa ser descoberto, é o ser etéreo que se liga à fonte.
Esta é a nova consciência planetária, a quinta dimensão unificada implantada depois de 26.000 anos de terceira dimensão dissociada em que se estabeleceu esta humanidade falsificada que ainda não ascendeu à atual dimensão de consciência.
A outra humanidade, em torno de quase 2 bilhões do total de 7 bilhões de habitantes, tem o coração murmurando como resposta à letra da música: “quem murmura em mim?”
A Terra possui apenas 350 milhões de habitantes vivendo a divindade, no entanto, em cada ser existente existe a divindade se manifestando, sem que exista ainda a consciência dessa manifestação nesse enorme conglomerado de populações. Nesse caso, é o sacrifício da luz que se manifesta dentro da ilusão.


Blog  Fernando Pinheiro, escritor
Site  www.fernandopinheirobb.com.br

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