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sábado, 7 de julho de 2012

O MOLDÁVIA

No fluir das águas que atravessam os bosques, onde a vegetação tem a cor da esperança, o rio canta fazendo borbulhas entre pedras que recebem o brilho e o som e passam adiante revestidos da energia dos cristais.
Este cenário bucólico - águas cantantes, fontes borbulhantes - envolveu o pensamento de Smetana, o compositor tcheco que fez o poema sinfônico Moldávia e o retratou no ciclo Minha Pátria.
O nacionalismo dos compositores tem o encantamento e o sonho bem juntos como o pensamento e a palavra que se unem intrinsecamente e podemos afirmar que, quando a pronunciamos, o pensamento se materializa num nível que pode ser medido, registrado e ouvido em aparelhos de som.
Com maior precisão, o pensamento irradia a nossa alma, o cérebro é apenas o transmissor, e se revela no campo astral, espelhando e espalhando a nossa realidade do que somos, onde estão os registros akásicos (oriental), o livro da vida (ocidental).
Na dimensão de consciência planetária unificada, onde a Terra começa a ascender, os pensamentos humanos serão conhecidos por todos, assim como acontece nos sonhos em que não precisamos falar para nos comunicar.
Tudo que era lixo mental que não vale a pena recordar, não irá fazer parte do cenário comum que ainda hoje vemos em noticiário da mídia, pois quando comentamos comportamentos inadequados, colocamo-nos na inadequação.
O pensamento plasma os mais belos aspectos da vida, cria o que criamos e ainda cria o que vai acontecer, como vimos, nos sonhos, um maestro pensar numa orquestra e a orquestra surgiu, isto porque ele era, no passado terreno, regente dessa orquestra e estava tudo mantido nos registros akásicos ou o livro da vida.
O amor que temos pelos maestros, compositores, solistas de instrumentos musicais ou solistas do canto lírico (tenores, sopranos, mezzosopranos, etc.) cria um inefável enlevo que transmuta em beleza imperecível no decorrer dos tempos. Somos eternos, quem pensa que somos apenas o corpo físico, tem o direito de discordar. Não seremos o seu mestre.
Assim como o tempo é importante para que a vida resplandeça em sons, cores e movimentos, o espaço é o lugar onde o planeta se movimenta em ritmos sincronizados que não permitem 2/3 de água invadir apenas 1/3 da parte coberta de terra.
O lar, a família e a pátria são ninhos onde o amor nasce e se cria junto daquilo ou daqueles que estão mais próximos, como demonstrações reais de nossas primeiras necessidades existenciais. Antes que os filhotes de aves criem asas para voar é necessário o calor da família.
A consagração do compositor ganha ressonância maior quando abrange os costumes, as tradições, a cultura do povo que representa diante do mundo. A música é uma arte intensamente rica e atinge todas as nações tanto no estilo popular como no clássico.
Como já sabemos que o pensamento e a palavra estão interligados, devemos exercer um comando inteligente desde suas nascentes para que saiam como as energias das fontes cristalinas.
As farmácias, as casas de saúde, os hospitais estão ainda cheios de pessoas porque não sabem como é importante dirigir os pensamentos voltados à harmonia que reveste a natureza inteira. Em particular, nós estamos aprendendo.
O homem ainda sente necessidade de pedir emprestado energias aos cristais, aos minérios de modo geral, aos vegetais e até mesmo aos animais que estão bem próximos de sua escala evolutiva. Tudo isto é válido e de grande importância.
Por que não pensarmos mais alto? O pensamento rasteiro tem grande valor, mas os grandes voos da inteligência deslinda as paisagens mais abrangentes que sonhamos, um dia, encontrar. Os pensamentos retratam o homem e será sempre aquilo que pensa: pensou alto, será alto.
Assim como o poema sinfônico de Smetana espalha um clima de beleza dos bosques onde o rio Moldava canta, em borbulhas, tocando a sensibilidade das pedras, o pensamento cria o destino que pode ter o vigor das sinfonias, em movimentos que resplandecem nossos sonhos.
A fonte de toda a harmonia é o amor, por isso os compositores nacionalistas amaram suas terras de origem e as revelaram ao mundo como provas de que o berço, a família, a pátria têm um significado tão profundo e é sentido até mesmo pelos filhotes nos ninhos.
Como vivemos numa época em que está crescendo muito a população de rua, e ao recordar a campanha “Se esta rua fosse minha”, lembrando-nos da canção que acrescenta: “eu mandava ladrilhar com pedrinhas de brilhante só pra ver o meu amor passar” - é um apelo para que vejamos o que fazer com as crianças de rua. Eu duvido que um cavalo de puro sangue venha dormir na rua e passar fome. O dono não permite.
Um pensamento de amor fraternal nesse sentido já tem um direcionamento que modifica a situação existente. O amor, em qualquer de suas formas, tem esses segredos, altera, anima, até rejuvenesce e silencia.
Se não pudermos materialmente ajudá-las, vamos emitir um pensamento de amor a todas elas: são filhotes de nossos ninhos, amores de nossa terra, esperanças que nos pedem uma chance para viver.
Amemos a nossa gente, o espaço que nos viu nascer, como fez Smetana, o compositor em seu belíssimo poema sinfônico que, evocando de maneira sugestiva as paisagens do rio Moldávia, tem ressonância universal, ressaltando não apenas uma região da Europa ocidental, mas todo o mundo eslavo (moldávio, romeno, tcheco, búlgaro, servo-croata, esloveno, russo e ucraniano).
Blog Fernando Pinheiro, escritor    
      Site 
www.fernandopinheirobb.com.br
 

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