O MOLDÁVIA
No fluir das águas que
atravessam os bosques, onde a vegetação tem a cor da esperança, o rio canta
fazendo borbulhas entre pedras que recebem o brilho e o som e passam adiante
revestidos da energia dos cristais.
Este cenário bucólico - águas
cantantes, fontes borbulhantes - envolveu o pensamento de Smetana, o compositor
tcheco que fez o poema sinfônico Moldávia e o retratou no ciclo Minha Pátria.
O nacionalismo dos compositores
tem o encantamento e o sonho bem juntos como o pensamento e a palavra que se
unem intrinsecamente e podemos afirmar que, quando a pronunciamos, o pensamento
se materializa num nível que pode ser medido, registrado e ouvido em aparelhos
de som.
Com maior precisão, o pensamento
irradia a nossa alma, o cérebro é apenas o transmissor, e se revela no campo
astral, espelhando e espalhando a nossa realidade do que somos, onde estão os
registros akásicos (oriental), o livro da vida (ocidental).
Na dimensão de consciência
planetária unificada, onde a Terra começa a ascender, os pensamentos humanos
serão conhecidos por todos, assim como acontece nos sonhos em que não
precisamos falar para nos comunicar.
Tudo que era lixo mental que não
vale a pena recordar, não irá fazer parte do cenário comum que ainda hoje vemos
em noticiário da mídia, pois quando comentamos comportamentos inadequados,
colocamo-nos na inadequação.
O pensamento plasma os mais belos
aspectos da vida, cria o que criamos e ainda cria o que vai acontecer, como
vimos, nos sonhos, um maestro pensar numa orquestra e a orquestra surgiu, isto
porque ele era, no passado terreno, regente dessa orquestra e estava tudo
mantido nos registros akásicos ou o livro da vida.
O amor que temos pelos maestros,
compositores, solistas de instrumentos musicais ou solistas do canto lírico (tenores,
sopranos, mezzosopranos, etc.) cria um inefável enlevo que transmuta em beleza
imperecível no decorrer dos tempos. Somos eternos, quem pensa que somos apenas
o corpo físico, tem o direito de discordar. Não seremos o seu mestre.
Assim como o tempo é importante
para que a vida resplandeça em sons, cores e movimentos, o espaço é o lugar
onde o planeta se movimenta em ritmos sincronizados que não permitem 2/3 de
água invadir apenas 1/3 da parte coberta de terra.
O lar, a família e a pátria são
ninhos onde o amor nasce e se cria junto daquilo ou daqueles que estão mais
próximos, como demonstrações reais de nossas primeiras necessidades
existenciais. Antes que os filhotes de aves criem asas para voar é necessário o
calor da família.
A consagração do compositor ganha
ressonância maior quando abrange os costumes, as tradições, a cultura do povo
que representa diante do mundo. A música é uma arte intensamente rica e atinge
todas as nações tanto no estilo popular como no clássico.
Como já sabemos que o pensamento
e a palavra estão interligados, devemos exercer um comando inteligente desde
suas nascentes para que saiam como as energias das fontes cristalinas.
As farmácias, as casas de saúde,
os hospitais estão ainda cheios de pessoas porque não sabem como é importante
dirigir os pensamentos voltados à harmonia que reveste a natureza inteira. Em
particular, nós estamos aprendendo.
O homem ainda sente necessidade
de pedir emprestado energias aos cristais, aos minérios de modo geral, aos vegetais
e até mesmo aos animais que estão bem próximos de sua escala evolutiva. Tudo
isto é válido e de grande importância.
Por que não pensarmos mais alto?
O pensamento rasteiro tem grande valor, mas os grandes voos da inteligência
deslinda as paisagens mais abrangentes que sonhamos, um dia, encontrar. Os
pensamentos retratam o homem e será sempre aquilo que pensa: pensou alto, será
alto.
Assim como o poema sinfônico de
Smetana espalha um clima de beleza dos bosques onde o rio Moldava canta, em
borbulhas, tocando a sensibilidade das pedras, o pensamento cria o destino que
pode ter o vigor das sinfonias, em movimentos que resplandecem nossos sonhos.
A fonte de toda a harmonia é o
amor, por isso os compositores nacionalistas amaram suas terras de origem e as
revelaram ao mundo como provas de que o berço, a família, a pátria têm um
significado tão profundo e é sentido até mesmo pelos filhotes nos ninhos.
Como vivemos numa época em que
está crescendo muito a população de rua, e ao recordar a campanha “Se esta rua
fosse minha”, lembrando-nos da canção que acrescenta: “eu mandava ladrilhar com
pedrinhas de brilhante só pra ver o meu amor passar” - é um apelo para que
vejamos o que fazer com as crianças de rua. Eu duvido que um cavalo de puro
sangue venha dormir na rua e passar fome. O dono não permite.
Um pensamento de amor fraternal
nesse sentido já tem um direcionamento que modifica a situação existente. O
amor, em qualquer de suas formas, tem esses segredos, altera, anima, até
rejuvenesce e silencia.
Se não pudermos materialmente
ajudá-las, vamos emitir um pensamento de amor a todas elas: são filhotes de
nossos ninhos, amores de nossa terra, esperanças que nos pedem uma chance para
viver.
Amemos a nossa gente, o espaço
que nos viu nascer, como fez Smetana, o compositor em seu belíssimo poema
sinfônico que, evocando de maneira sugestiva as paisagens do rio Moldávia, tem
ressonância universal, ressaltando não apenas uma região da Europa ocidental,
mas todo o mundo eslavo (moldávio, romeno, tcheco, búlgaro, servo-croata,
esloveno, russo e ucraniano).
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