QUADROS DE UMA EXPOSIÇÃO
A suíte musical
Quadros de uma Exposição, escrita em 1874, pelo compositor Módest Mussorgsky,
um dos participantes do Grupo dos Cinco que impôs ao mundo a melhor
representação da nacionalidade da música russa.
Ouvimos, nesta suíte, sons simbólicos
de dez peças que compõem a exposição de pinturas e aquarelas do arquiteto
Viktor Hartmann, sendo que na primeira denominada Passeio retrata o visitante
da exposição de quadros, na segunda, Gnomos, seres espirituais que se refletem
direta ou indiretamente nas florestas (TRANCHEFORT/1990).
O ciclo da Exposição finaliza com
a apresentação de A Porta de Kiev: numa harmonia majestosa fluindo no ar, surge
um hino nacionalista que se mistura ao repicar de sinos, num crescendo
grandioso. Este é, a nosso ver, um dos pontos máximos da música russa.
Quadros de uma Exposição, de
Mussorsgky, em sua forma original, teve orquestrações de compositores e
regentes de várias nacionalidades: Yúri Túshmalov (1891), Leon Funtek (1921),
Leonidas Leonardi (1924), Serguêi Gortchchóv (1955), Vladimir Ashkenazy (1983),
sendo a mais famosa a do compositor Maurice Ravel, em 1922, numa arriscada
tentativa de mudança de ambiente (TRANCHEFORT/1990).
Ganhou a música de Mussorgsky um
elevado padrão de qualidade, dentro da mais rigorosa formatação acadêmica do
compositor impressionista francês, mas perdeu um percentual da música eslava,
mesmo que seja de 100% para 99%, nesse percentual estamos enaltecendo a proeza
de Ravel e conservando a grandeza da música russa.
Nas mutações vertiginosas do
planeta, no passado recente, vimos a desintegração da União Soviética, num
processo de independência de nações.
A evolução planetária atinge
todos os setores onde o homem caminha, despertando-o a novas posturas de vida
que sejam capazes de lhe dar felicidade.
A racionalidade ortodoxa, caindo
nas vertentes das doutrinas imediatistas, não amplia as dimensões da natureza
humana. O homem dionisíaco da Grécia antiga já demonstrava possuir um
referencial de vida bem mais amplo.
A inspiração, a intuição, o mundo
subjetivo, a revelação espiritual ou profética, os segredos do coração estão
acima daquilo que muitos chamam de razão. Aliás, a própria razão ampliou-se em
vertentes mais amplas, ainda não aceitas pela totalidade da comunidade
científica.
A concepção racional, onde o
Universo está mergulhado, não pode ficar restrita a teorias que falam em razão
apenas na intelectualidade de argumentos superficiais. A outra visão, que vem
de um nível mais profundo do ser humano, é muito superior e elucida os
fenômenos dentro e fora da matéria.
Em suma, a razão ganhou novas
vertentes do pensamento, ou melhor, se ampliou a espaços onde o sonho e o
destino têm os seus domínios, é a volta do pensamento dos poetas, filósofos,
músicos, maestros e compositores que viam o mundo se ampliando em outras
dimensões.
Vale ressaltar que todo o nosso
sistema planetário está em
transformação. Em particular, a Terra, deixando ir embora a
dimensão dissociada, acolheu a consciência unificada pela primeira vez, saindo
de três dimensões dissociadas, sendo que a última durou 26.000 anos, fechando
este ciclo, em 20 de maio de 2012, quando houve o alinhamento das Plêiades, Sol
e Terra.
Esta foi a missão de Jesus:
cortar essa cadeia dissociada que promove o confinamento. O ser etéreo se liga
com a fonte. O retorno da luz, neste final de ciclo planetário, estabelece o
fim do confinamento e o despertar da consciência eterna que a morte não
aniquilará mais. É o fim do carma, é o fim da separação, é o fim das
reencarnações expiatórias em que a consciência estava adormecida.
Nada do que é oculto ou falso
será mantido. A consciência desperta se revelará em todos os habitantes do
planeta. Os pensamentos de cada um serão notados por todos, assim como acontece
nos sonhos quando dormimos, onde a fala não existe e sim a nossa realidade
espiritual.
A Porta de Kiev, da suíte Quadros
de uma Exposição, de Mussorgsky, revelando a fantasia e o sonho do compositor
russo, nos faz refletir nas saídas deste momento conturbado em que o planeta
cambaleia na inclinação do seu eixo, literalmente sim, e moralmente também,
para a entrada de outra porta que nos conduz ao paraíso que fizermos no íntimo.
Enquanto era divulgada a notícia
procedente do Oriente em que o tsunami fez oscilar o eixo da Terra, ouvimos
dentro do Metrô – Estação Carioca, na cidade do Rio de Janeiro, a música
Quadros de uma Exposição do famoso compositor russo.
A multidão de pessoas percebeu
apenas o que estava mais ligado ao seu mundo íntimo, como é lógico, cada um tem
seus próprios pensamentos, e ficamos, apenas, em silêncio a reter o que nos
convém, a nível de interiorização de alma.
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