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segunda-feira, 2 de julho de 2012

QUADROS DE UMA EXPOSIÇÃO

A suíte musical Quadros de uma Exposição, escrita em 1874, pelo compositor Módest Mussorgsky, um dos participantes do Grupo dos Cinco que impôs ao mundo a melhor representação da nacionalidade da música russa.
Ouvimos, nesta suíte, sons simbólicos de dez peças que compõem a exposição de pinturas e aquarelas do arquiteto Viktor Hartmann, sendo que na primeira denominada Passeio retrata o visitante da exposição de quadros, na segunda, Gnomos, seres espirituais que se refletem direta ou indiretamente nas florestas (TRANCHEFORT/1990).
O ciclo da Exposição finaliza com a apresentação de A Porta de Kiev: numa harmonia majestosa fluindo no ar, surge um hino nacionalista que se mistura ao repicar de sinos, num crescendo grandioso. Este é, a nosso ver, um dos pontos máximos da música russa.
Quadros de uma Exposição, de Mussorsgky, em sua forma original, teve orquestrações de compositores e regentes de várias nacionalidades: Yúri Túshmalov (1891), Leon Funtek (1921), Leonidas Leonardi (1924), Serguêi Gortchchóv (1955), Vladimir Ashkenazy (1983), sendo a mais famosa a do compositor Maurice Ravel, em 1922, numa arriscada tentativa de mudança de ambiente (TRANCHEFORT/1990).
Ganhou a música de Mussorgsky um elevado padrão de qualidade, dentro da mais rigorosa formatação acadêmica do compositor impressionista francês, mas perdeu um percentual da música eslava, mesmo que seja de 100% para 99%, nesse percentual estamos enaltecendo a proeza de Ravel e conservando a grandeza da música russa.
Nas mutações vertiginosas do planeta, no passado recente, vimos a desintegração da União Soviética, num processo de independência de nações.
A evolução planetária atinge todos os setores onde o homem caminha, despertando-o a novas posturas de vida que sejam capazes de lhe dar felicidade.
A racionalidade ortodoxa, caindo nas vertentes das doutrinas imediatistas, não amplia as dimensões da natureza humana. O homem dionisíaco da Grécia antiga já demonstrava possuir um referencial de vida bem mais amplo.
A inspiração, a intuição, o mundo subjetivo, a revelação espiritual ou profética, os segredos do coração estão acima daquilo que muitos chamam de razão. Aliás, a própria razão ampliou-se em vertentes mais amplas, ainda não aceitas pela totalidade da comunidade científica.
A concepção racional, onde o Universo está mergulhado, não pode ficar restrita a teorias que falam em razão apenas na intelectualidade de argumentos superficiais. A outra visão, que vem de um nível mais profundo do ser humano, é muito superior e elucida os fenômenos dentro e fora da matéria.
Em suma, a razão ganhou novas vertentes do pensamento, ou melhor, se ampliou a espaços onde o sonho e o destino têm os seus domínios, é a volta do pensamento dos poetas, filósofos, músicos, maestros e compositores que viam o mundo se ampliando em outras dimensões.
Vale ressaltar que todo o nosso sistema planetário está em transformação. Em particular, a Terra, deixando ir embora a dimensão dissociada, acolheu a consciência unificada pela primeira vez, saindo de três dimensões dissociadas, sendo que a última durou 26.000 anos, fechando este ciclo, em 20 de maio de 2012, quando houve o alinhamento das Plêiades, Sol e Terra.
Esta foi a missão de Jesus: cortar essa cadeia dissociada que promove o confinamento. O ser etéreo se liga com a fonte. O retorno da luz, neste final de ciclo planetário, estabelece o fim do confinamento e o despertar da consciência eterna que a morte não aniquilará mais. É o fim do carma, é o fim da separação, é o fim das reencarnações expiatórias em que a consciência estava adormecida.
Nada do que é oculto ou falso será mantido. A consciência desperta se revelará em todos os habitantes do planeta. Os pensamentos de cada um serão notados por todos, assim como acontece nos sonhos quando dormimos, onde a fala não existe e sim a nossa realidade espiritual.
A Porta de Kiev, da suíte Quadros de uma Exposição, de Mussorgsky, revelando a fantasia e o sonho do compositor russo, nos faz refletir nas saídas deste momento conturbado em que o planeta cambaleia na inclinação do seu eixo, literalmente sim, e moralmente também, para a entrada de outra porta que nos conduz ao paraíso que fizermos no íntimo.
Enquanto era divulgada a notícia procedente do Oriente em que o tsunami fez oscilar o eixo da Terra, ouvimos dentro do Metrô – Estação Carioca, na cidade do Rio de Janeiro, a música Quadros de uma Exposição do famoso compositor russo.
A multidão de pessoas percebeu apenas o que estava mais ligado ao seu mundo íntimo, como é lógico, cada um tem seus próprios pensamentos, e ficamos, apenas, em silêncio a reter o que nos convém, a nível de interiorização de alma.
Blog Fernando Pinheiro, escritor    
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