SINFONIA PATÉTICA
Num choro e lamento
que vêm da alma, derramando-se aos poucos lentamente, até diluir-se em murmúrio,
o 4° movimento, um Adágio Finale, da sexta e última sinfonia de Tchaikowsky,
inteiramente sem precedentes na história da música, como disse o maestro Isaac
Karabtchevsky, foi escrito sob lágrimas.
Há dois grandes momentos em que a
criatura humana pode chorar: quando o sonho vem e quando o sonho vai. A música
do compositor russo é intensamente rica de espiritualidade que descortina os
horizontes, os arco-íris, o mundo dos sonhos e, em murmúrio, apresenta ao homem
embevecido tanta beleza.
A Sinfonia Patética é um hino
lírico e triunfal do homem que contempla, numa roupagem de completa indigência,
as blandícias do paraíso, apenas contempla sem ter ainda forças para chegar até
lá.
Dentro da linguagem das
parábolas, a Patética é a descrição daquele momento em que o filho pródigo,
cansado de passar mal, começa a pensar na volta à casa paterna. Quantos júbilos
explodem em seu peito, como se fossem fogos de artifícios que sobem no ar e
caem em cascatas!
Com os olhos embaçados na
atmosfera do sonho que passa, o homem brinca de ser feliz sem acreditar na
existência da felicidade. No momento em que as nuvens mudam de lugar, chora
como criança que perdeu um brinquedo.
Nessas horas tudo ao redor parece
sombrio porque as nuvens não lhe permitem a visão. Até mesmo a Patética parece
patética no sentido de tristeza. Mas a música de Tchaikowsky é de uma
tonalidade azul como a imensidão dos espaços, essencialmente bela e fulgurante
como a ternura dos amores.
No grande momento em que o homem
percebe os seus sonhos vindo das fontes límpidas há uma espécie de
materialização das gotas dessas fontes em seus olhos para demonstrar a todos o
quanto é valioso o significado desta mensagem que traduz a finalidade do seu
viver.
Com as cores que nascem em seu
íntimo, começa a ver tudo numa pintura dos grandes artistas. Canção Triste,
Serenata Melancólica e a Patética, de Tchaikowsky são vistas agora numa visão
paradisíaca. Quem ama, vê o amor, na música, na poesia e nas lacunas que serão
transmutadas pela mesma beleza.
A grande tristeza do homem é
querer passar o tempo alheio a tudo, como se o Universo fosse exclusivamente
ele só. Até mesmo a beleza que o rodeia, estimulando-o a caminhar, quase não é
sentido.
Entorpecido por hábitos que
provocam a doença, esquece que é um ser etéreo (eterno) que se liga à fonte
para se apegar exclusivamente à personalidade (transitória), sem perceber que,
igual ao filho pródigo, suas horas de passar no chiqueiro estão contadas. A
espontaneidade, que se encontra em todos os gestos da natureza, fará nele o
despertar da evolução.
A partir daí, compreenderá que o
amor é uma propriedade do espírito que tem intrinsecamente um atributo eterno.
Por mais que seja incompreendido, e resvalado a áreas secundárias ao seu objetivo
maior, ressurge lá na frente livre e espontâneo.
Não nos detemos diante do joio, mas o joio está sendo
afastado, em definitivo, do planeta, neste final de ciclo planetário.
A Terra, sacralizada e elevada à
quinta dimensão unificada, não acolhe mais a entrada de mentes dissociadas do
amor. Não se trata de escolha, é questão de vibração.
Há mundos afins que a grande
massa do joio irá continuar a sua evolução, na mesma vidinha de sofrimento e de
dor, e de lutas acerbas, a ilusão de que vivem é o real e o real é a ilusão, na
versão prometeica que falsificou os sistemas de vida no planeta Terra. Esta
consciência planetária está indo embora. O retorno da luz pela seta de
Sagitário (Nostradumus) é uma realidade.
No ambiente vibracional para onde
a grande massa do joio vai e está indo embora até que seja completado este
ciclo planetário, é o mesmo ambiente em que esteve na jornada terrena, mudando
apenas de espaço físico, inclusive os mesmos comparsas dos enredos
comportamentais.
Nesse ambiente as condições de
vida são árduas por causa da densidade de psicofera destorcida da realidade
daquilo que os seres humanos são, seres etéreos que se ligam à fonte. Mesmo
nessas circunstâncias, o amor de Jesus os acompanhará.
Assim como o diamante pode
garantir a troca por outros valores materiais, o amor igualmente garante o
equilíbrio de nossas emoções que se refletem na saúde e no estímulo para
obtermos também os bens de consumo.
Se a maior honra para o homem é
sentir-se um príncipe, tanto nas letras como na herança de um reino, por que
não pensarmos que somos candidatos a príncipes de um reino maior? Melhor
dizendo, somos eleitos sem sabermos.
Quando espalhamos o amor a todos,
sentimos algo em comum com aqueles que nos rodeiam. Isto acontece nos recintos
sociais onde conhecemos pessoas importantes que passam a nos apresentar aos
seus pares na consideração que amplia nossas atividades.
O amor chama amor, o carinho de
pessoas que passam a nos amar, numa riqueza de momentos que parecem refletir o
brilho de Orion, onde comparamos o amor ao diamante que lá existe, como fez
Fagundes Varela, no Evangelho das Selvas, e na música de Tchaikowsky viajando
pelas estrelas.
Mudando apenas de compositor que
abordou o mesmo tema, o 2˚movimento da Sonata Patética, de Beethoven valoriza
muito o site do escritor Márcio Cotrim, membro da Academia de Letras dos
Funcionários do Banco do Brasil (Cadeira patronímica de Tancredo de Almeida
Neves, que dirigiu interinamente, no período de 19/9/1956 a 26/10/1956, o Banco
do Brasil).
Para falar a respeito de Tancredo
Neves, retomamos ao tema, o segundo parágrafo: “Há dois grandes momentos em que
a criatura humana pode chorar: quando o sonho vem e quando o sonho vai.” Nunca
o povo brasileiro chorou tanto por um homem, o homem que foi eleito mas não
tomou posse no cargo de presidente da República.
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