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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A CONVIVÊNCIA HUMANA


Na caminhada os primeiros passos não são tão ágeis quando estão em plena evolução. É nestes instantes que se vê a importância de compreendermos os movimentos que começamos a empreender.
O lugar e a hora, as pessoas e as circunstâncias têm pontos definidos que marcam a situação em que nos encontramos.
Realidade questionável pela curiosidade humana, a vida não se deixa conduzir pelos caprichos de quem deseja resultados pessoais que isolam a participação daqueles que a compõem.
Se há risos ou lágrimas, há também participantes ligados entre si. O eco repercute em espaços que possuem condições de recebê-lo.
Assim como a comida passa pela temperatura e tempero que dão sabor ao paladar, a convivência humana igualmente requer a união do temperamento de cada indivíduo, colocada ao calor que não queima nem esfria.
As posturas individuais passam por um denominador comum que filtra a parte que interessa ao grupo social, visando sempre o bem-estar, o equilíbrio, as condições de segurança para prosseguir em frente.
Todos precisam de um referencial, uma norma de conduta que regulamente os interesses coletivos. É nessa linha que as sociedades humanas se fundamentam.
Sabemos que são normas gerais que sintetizam as necessidades existenciais (deveres e direitos) capazes de promoverem o equilíbrio social.
Isto se justifica porque existem temperamentos humanos que precisam ser abrandados pelo rigor da lei. A selvageria é um estado normal em que muitos animais vivem, mas a condição humana não pode mais absorver esses reflexos que pertencem ao outro reino.
A disciplina foi sempre a imposição da lei diante dos fatos que causam prejuízos à sociedade. Nós sabemos que não abrange os menores gestos que passam despercebidos. Quem pode punir o pensamento, o olhar de desamor que se esconde no silêncio?
As implicações no relacionamento humano têm uma abrangência bem maior. Todo cuidado é necessário quando participamos da convivência social, no grupo familiar ou no de trabalho remunerativo.
Se há informações esclarecedoras, divulgadas pela televisão, a respeito do funcionamento do cérebro e do sistema nervoso, podemos ver quanto é importante não contribuir na formação dos desarranjos que passam aqueles que possuem um aborrecimento, um susto capaz de ser transformado em trauma.
Não podemos igualmente distribuir, sem nenhum critério, esclarecimentos a todos que passam por nós curvados pelo peso das aflições. Há de se observar as condições que nos favorecem a hora, a fim de não desperdiçarmos os talentos.
Jogar as sementes nos lugares áridos, que nos falam as parábolas, seria o mesmo que as desconhecêssemos. O tempo é um tesouro inestimável. Há terrenos que estão se recompondo para receber as boas sementes capazes de se reproduzirem em bons frutos.
Apesar de o tempo atual ser de urgência, diante de tantas necessidades, não temos pressa em manifestar aquilo que sentimos úteis à renovação de posturas humanas que se decompõem.
A nossa hora virá, como vêm as estações, a luz de cada dia e todos os ciclos que se renovam, sabendo que a colheita dos dias anteriores não será acumulada em proveito próprio nem se perderá pela estagnação.
     O movimento das forças evolutivas abrange a todos e ganha maior dimensão naqueles que estão dispostos a acompanhá-lo. E como tudo está interligado, os benefícios se expandem àqueles que souberem aproveitar a oportunidade de conviverem juntos de seus companheiros que lhes indicavam o caminho.  


Blog  Fernando Pinheiro, escritor
 

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