Quando sentimos os jovens adolescentes sem a vitalidade que os fortalece
contra as carências afetivas, devemos fazer silêncio de respeito e, numa
concentração íntima, colher as inspirações que nos chegam como resposta.
Essas criaturas
humanas, emocionalmente desvitalizadas, estão à beira de se entregar ao fumo,
ao álcool e a outras fugas que lhes tiram a pureza primaveril.
Antes de pensarmos
numa campanha contra o fumo e o álcool, devemos dar a essas pessoas o carinho
que as desperta para revitalizar suas forças íntimas.
Nós sabemos que o
tabagismo, o alcoolismo, o homossexualismo e outras distorções do destino
idealizado pelas forças construtivas têm a sua sede na carência afetiva.
Os chamados viciados
de todo porte, ao invés de censura e recriminação, devem merecer de nós o
carinho que lhes estimule a encontrar a sua identidade incólume de todos os
desvios de comportamento.
O destino do homem é
viver a sua própria identidade, criada com forças que o elevem à condição de
semeador do paraíso, embora tenha como missão viver nas furnas onde os vícios
se organizam buscando ganhar cidadania.
Não fiquemos de
braços cruzados vendo plantas secando pela aridez do solo. Se não há chuva,
busquemos as fontes de água e reguemos essas plantas que começam a ficar
enfraquecidas. Em pouco tempo, começarão seu processo de revigoramento com as
forças que vêm de suas raízes.
Todos nós temos
conhecidos e parentes, em fase de adolescência, precisando receber uma carga
magnética de amor, a fim de que possam acionar o mecanismo íntimo que gera
forças construtivas.
Sabemos ainda que a
adolescência atual tem ímpetos de revolta contra uma estrutura social que tem
dificuldade em manter intacta contra os assédios da perturbação que tenta se
generalizar.
Os adolescentes são
as forças novas de um mundo que busca a reabilitação de costumes. Suas músicas
mostram uma irreverência contra a tradicional harmonia. Seus protestos têm o
fim útil de chamar a atenção de seus pais para a condição de declínio ético em
que se encontra a sociedade de hoje.
Se existe uma onda
devastadora que estimula os jovens a procurar o fumo e o álcool e outros
agentes de degenerescência orgânica e emocional, devemos cada um contribuir com
nossos pensamentos, fazendo-lhes despertar a força íntima de que são
portadores.
Compreendemos a falta
de estímulo dos jovens que vêem seus lares desfeitos; seus pais, seus maiores
amores, em posições opostas. Os sonhos infantis de tudo colorido devem ser
substituídos por um mundo que luta para se recompor em suas falhas.
As dificuldades do
relacionamento dos pais não devem diminuir o grande amor que seus filhos têm
por cada um deles.
A família que se decompõe em duas partes é apenas no
plano físico, pois no plano onde nossa consciência se amplia a separação não
existe. O amor triunfa além de nossas limitações.
Os nossos pensamentos
estão sempre voltados aos adolescentes em dificuldades de compreender os
enredos que estabelecem situações aparentemente desagradáveis. Há renascimentos
até mesmo nas cinzas, mas os solos férteis produzirão os melhores frutos.
Blog
Fernando Pinheiro, escritor
Site www.fernandopinheirobb.com.br
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