A música Folhas Soltas, de José Siqueira, compositor e regente
(1907/1985), é uma suave melodia. A letra é de autoria da poetisa Lúcia Aizim que
estende uma atmosfera de sonhos mais ligada a esferas onde
a luz resplandece intensamente do que nossos desejos pessoais que buscam se
alinhar com esses sonhos.
“Leves auroras se instalam nas
moradas sem porta”, inspiram-nos a ideia de luz surgindo no caminho de quem não
colocou obstáculos à frente. É a
entrega, o doar-se à luz que se interioriza em seu ser mais profundo. O símbolo
da aurora é o símbolo da iluminação interior, roteiro indispensável a todos que
estão conhecendo um mundo de paz profunda.
“Os caminhos se tornam
prodigiosos, próximos”, revela uma situação confortadora para nós que estamos na lida na realização dos ideais sublimes. Não é
apenas um mundo melhor que
aspiramos, mas uma participação ativa
e atuante que este mesmo mundo pode oferecer-nos
e a todos aqueles que convivemos,
de maneira mais próxima ou
afastada fisicamente.
Os prodígios surgem à medida que
tomamos conhecimento dessa realidade que vem de fontes
límpidas, onde colocamos o nosso pensamento, a nossa alma, a nossa vida. A atração é irresistível e a
ligação se faz presente através do mecanismo causa-efeito, ou mais
precisamente, ação e ressonância para cobrir de nova roupagem esse antigo
mecanismo.
Pensamos em beleza e a beleza
surge. É um privilégio
destinado a todos que se
ligam à própria beleza que está em todas as partes da natureza, principalmente
a do reino espiritual. Quantos recursos imateriais surgem diante da alegria, da
satisfação de viver um sonho que é realidade! Pessoas que pensam e vibram neste
mesmo diapasão vêm-nos ao encontro para somarmos valores imarcescíveis.
Todo esse enlevo espiritual se
reflete na parte material que torna acessíveis os sonhos de consumo pessoal e
coletivo. O dinheiro, fonte de riqueza, surge, ampliando cada vez mais as
nossas possibilidades de realização de nossos ideais. A ideia da beleza
material ou transcendente, por nós escrita ou falada, é passada através de
comunicação que se interliga a inúmeras pessoas, crescendo o nosso círculo de
amizades.
“Nada se curvou aos nossos
desejos, mas é preciso inaugurar estrelas” são palavras que denotam a natureza
das pessoas: humana e divina. Na parte humana, nada se curvou aos desejos
pessoais, porque a vida é fluxo de energias que corre em direção de seus objetivos e nada impede
esse fluxo. É a voz do destino que
fala mais alto.
No segmento divino há uma agenda
superior a todos os compromissos humanos, acima mesmo das mais elevadas
autoridades nacionais e internacionais: inaugurar estrelas. Esse estágio evolutivo é mais
pertinente aos seres iluminados, anjos, seres humanos que evoluíram dentro das
escalas ascensionais da criação
divina. Um dia, no decorrer dos
milênios, este privilégio será estendido a todos que estão, a duras provas, seguindo o caminho da
luz.
Já existem mesmo aqui no planeta
multidões de pessoas que já fazem
viagens astrais a planetas onde um dia, em corpos sutis, irão desempenhar
missões que contribuirão para a evolução nesses mundos de beleza imperecível.
Diante da instabilidade que passa
a vida planetária, tudo muda, num processo que evolui, é natural sentir-se
frágil, mas a fragilidade desaparece quando há a ligação com os planos superiores de consciência, onde a luz é
perene.
Nessa firmeza, a música
finaliza: “colho canções onde não há”. As canções colhidas é o fruto de tudo
quanto semeamos no coração de todos aqueles que o destino colocou em nosso
caminho e que voltam cantando canções que são mais delas do que nossas.
Blog Fernando Pinheiro, escritor
Nenhum comentário:
Postar um comentário