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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

FOLHAS SOLTAS


A música Folhas Soltas, de José Siqueira, compositor e regente (1907/1985), é uma suave melodia. A letra é de autoria da poetisa Lúcia Aizim que estende uma atmosfera de sonhos mais ligada a esferas onde a luz resplandece intensamente do que nossos desejos pessoais que buscam  se alinhar com esses sonhos.
“Leves auroras se instalam nas moradas sem porta”, inspiram-nos a ideia de luz surgindo no caminho de quem não colocou  obstáculos à frente. É a entrega, o doar-se à luz que se interioriza em seu ser mais profundo. O símbolo da aurora é o símbolo da iluminação interior, roteiro indispensável a todos que estão conhecendo um mundo de paz profunda.
“Os caminhos se tornam prodigiosos, próximos”, revela uma situação confortadora para nós que estamos na lida na  realização dos ideais sublimes. Não é apenas um mundo  melhor que aspiramos, mas uma participação ativa  e  atuante  que este mesmo mundo pode oferecer-nos e a todos aqueles  que convivemos, de maneira mais próxima ou  afastada  fisicamente.
Os prodígios surgem à medida que tomamos conhecimento  dessa  realidade  que  vem  de  fontes  límpidas, onde colocamos o nosso pensamento, a nossa alma, a nossa  vida. A atração é irresistível e a ligação se faz presente através do mecanismo causa-efeito, ou mais precisamente, ação e ressonância para cobrir de nova roupagem esse antigo mecanismo.
Pensamos em beleza e a beleza surge. É um privilégio  destinado  a todos que se ligam à própria beleza que está em todas as partes da natureza, principalmente a do reino espiritual. Quantos recursos imateriais surgem diante da alegria, da satisfação de viver um sonho que é realidade! Pessoas que pensam e vibram neste mesmo diapasão vêm-nos  ao  encontro  para somarmos valores imarcescíveis.
Todo esse enlevo espiritual se reflete na parte material que torna acessíveis os sonhos de consumo pessoal e coletivo. O dinheiro, fonte de riqueza, surge, ampliando cada vez mais as nossas possibilidades de realização de nossos ideais. A ideia da beleza material ou transcendente, por nós escrita ou falada, é passada através de comunicação que se interliga a inúmeras pessoas, crescendo o nosso círculo de amizades.
“Nada se curvou aos nossos desejos, mas é preciso inaugurar estrelas” são palavras que denotam a natureza das pessoas: humana e divina. Na parte humana, nada se curvou aos desejos pessoais, porque a vida é fluxo de energias que corre em  direção de seus objetivos e nada impede esse fluxo. É a voz do  destino que fala mais alto.
No segmento divino há uma agenda superior a todos os compromissos humanos, acima mesmo das mais elevadas autoridades nacionais e internacionais: inaugurar estrelas.  Esse estágio evolutivo é mais pertinente aos seres iluminados, anjos, seres humanos que evoluíram dentro das escalas  ascensionais da criação divina. Um dia, no decorrer dos  milênios, este privilégio será estendido a todos que estão, a  duras provas, seguindo o caminho da luz.
Já existem mesmo aqui no planeta multidões de pessoas que já  fazem viagens astrais a planetas onde um dia, em corpos sutis, irão desempenhar missões que contribuirão para a evolução nesses mundos de beleza imperecível.
Diante da instabilidade que passa a vida planetária, tudo muda, num processo que evolui, é natural sentir-se frágil, mas a fragilidade desaparece quando há a ligação com os planos  superiores de consciência, onde a luz é perene.
Nessa firmeza, a música finaliza: “colho canções onde não há”. As canções colhidas é o fruto de tudo quanto semeamos no coração de todos aqueles que o destino colocou em nosso caminho e que voltam cantando canções que são mais delas do que nossas.   

Blog Fernando Pinheiro, escritor

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