Quando a
criatura humana se desliga de um casamento, novos horizontes se abrem para lhe
mostrar uma realidade que não estava programada quando subiu ao altar. Toda
felicidade que sentia era derramada entre flores e sorrisos, alianças e
bençãos, um ninho de afetos.
A separação de casais tem um ar de surpresa,
de descrença de sonhos desfeitos, de estagnação, de ponto morto que aguarda um
impulso para trocar de marcha.
O clima primaveril das horas se defronta com
os ventos fortes e turbulentos que promovem as tempestades tropicais, onde se
vê telhados de casas serem arrancados para espelhar o que se passa nos lares
desfeitos.
São poucos os casais que se recompõem, em
curto prazo, em novos casamentos, a maioria caminha a esmo sem saber o que
fazer, primeiro porque possui pouca percepção da vida e, em segundo lugar, se infiltra
num clima generalizado de desconforto, onde não encontra estímulos para
acreditar nos sonhos de primavera.
Assim como os alimentos dão energia à saúde do
corpo, a alimentação de outras energias que estão revestidas no pensamento nos
propicia o equilíbrio emocional.
Durante séculos, as religiões vêm estimulando
a humanidade a buscar as virtudes como referência única de alcançar a paz e
ainda se fala muito em fazer o bem e evitar o mal.
As ciências do comportamento humano questionam
o conceito de bem, pois se atribuir um referencial particular, sectário haverá
uma apreciação contrária em outra posição, pois uma reta pode ser um ponto e
ser a própria reta, vista por ângulos diferentes.
O epicurismo dos antigos gregos, que se
refletiu no positivismo, e o budismo não falam em Deus como falam as religiões
do Ocidente. E quem sabe, eles amando a natureza, vendo em tudo a manifestação
divina, tiveram uma compreensão maior dos ensinamentos daquele que é na Terra a
Luz do Mundo?
A verdade tem uma abrangência bem maior, não
pode ser vista apenas a nível de Ocidente ou Oriente, nem mesmo a nível
planetário, tem que ganhar ressonâncias universais e ser aceito em Saturno,
Vênus, Mercúrio e nas estrelas.
A sabedoria do rei Salomão já ampliava essas
dimensões mencionando que o trono do Senhor é o Sol. Certamente, estaria
referindo-se a um anjo ou arcanjo. Ora, se o astro-rei é o centro do sistema
planetário onde a Terra gira, temos de admitir, assim como influencia o nosso
sistema, as ressonâncias da verdade em outros planetas e nas inumeráveis
estrelas.
Se o homem visse Deus em tudo, principalmente
em quem ou em que está mais próximo, como a esposa, os filhos, o trabalho e as
circunstâncias, compreenderia a importância de viver feliz, não criticaria
nada, silenciaria diante do desconhecido e respeitaria todos os movimentos onde
a vida resplandece para crescer sempre.
As religiões têm um respeito profundo pelos
mistérios, numa atitude de sabedoria, pois são manifestações divinas que ainda
não foram descobertas, como as sementes brotando debaixo do solo.
Quando o homem perceber a importância das
religiões como instrumentos de divulgação da presença divina, cada qual em
searas específicas, como existem o médico, o engenheiro, o advogado, o
enfermeiro e tantos outros profissionais, sentirá necessidade de amar a tudo e
a todos.
E no clima de recomposição da ética
imperecível que, um dia, ganharão todos os ambientes do planeta, estimulados
por educação superior à matéria, os casais sentirão o reflexo reconfortante e a
separação será uma palavra que o tempo desfez.
Blog Fernando Pinheiro, escritor
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