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sábado, 1 de setembro de 2012

RAÍZES


O homem tem, como hábito, comparar tudo aquilo que observa, a fim de que haja um resultado positivo nos parâmetros que estabelece.
Situações ambivalentes o confundem quando o referencial escolhido tende a inclinar-se em situações que desconhecia anteriormente e que surgem com força de comprovação. É por isso que não devemos interpretar os sonhos que ainda não saíram de suas nascentes. Eles também têm suas raízes - plantas em outra dimensão - nas sementes que desabrocham.
A busca de novidades, nas leituras, nos veículos de comunicação, nos lugares públicos onde se concentram espetáculos de todos os gêneros, traz uma inconformação sobre algo mais que não pode compreender.
Ele conhece superficialmente os enredos que envolvem personagens da vida humana, sem saber a lição que veio da ideia original do autor que se manifesta a respeito.
Uma bagagem interminável de leituras se amontoa em suas estantes e nos lugares por onde passa sempre à procura daquilo que já ouviu falar, mas ainda não se convenceu. Informações variadas vêm também do exemplo que vê, ouve e sente daqueles que passam nas ruas onde transita. Em cada episódio, em que vai se envolvendo, surgem questionamentos variados acerca de posturas e atitudes isoladas de participantes que desconhece.
A vida é sempre um desenrolar de sonhos que vêm das nascentes desconhecidas. O sorriso de uma criança no trânsito traz uma mensagem específica; uma pergunta sobre localização de rua leva-nos a pequenas reflexões a respeito do estado emocional de quem precisa de nossa atenção.
Todas as informações que recebemos, no lar, no trabalho e nas ruas onde transitamos, vêm se acumulando para estabelecer circunstâncias que já conhecemos em contínuo aprendizado.
Mas, ao decorrer dos dias seguintes, conhecimentos se renovam nos temas bastante conhecidos para podermos apreciar as circunstâncias adquirindo novas feições.
Além de toda a extensão variada de informações externas, o homem cria, dentro do seu mundo íntimo, situações onde se estendem pessoas, animais, vegetais e tudo aquilo que seus interesses mantêm vivo em profundas ligações.
Em todas essas implicações pessoais e sociais, o homem segue um ritmo de vida que lhe corresponde aos seus anseios imediatos e deixa seus sonhos seguirem o rumo que as situações favorecem, não desejando ver hoje o sol que só aparecerá amanhã.
Em outras circunstâncias, dará alimentos à ansiedade e preocupação dos resultados que, mais tarde, surgirão como elementos destruidores de sua tranquilidade. Assim como a planta possui as raízes encobertas pela terra, a fim de que seja guardada de todo perigo, no homem seus planos e seus ideais estão protegidos pelas raízes que desconhece.
Blog  Fernando Pinheiro, escritor

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