Nas
academias de letras, os eleitos são contemplados com a imortalidade. Esta é a
maior honra que se pode atribuir ao homem, não exclusivamente pela láurea
acadêmica, mas pela própria imortalidade que está ligada à natureza humana.
Quando o homem tiver consciência dessa
faculdade inerente a todos seus semelhantes, sentirá o que é ser realmente
feliz. O culto das aparências fugirá de sua vida como as espumas que se
desmancham nas areias.
Vemos muitos personagens que se
destacaram no mundo das emoções serem levados ao esquecimento na primeira hora
das mãos frias. A arte é imortal, mas quem não a honrou, na forma que os lírios
inspiram, não consegue acompanhá-la através dos tempos.
A consciência da imortalidade une o homem ao
Cosmos onde tudo caminha sem parar. Nesse fluxo deixa-se ser levado como a gota
d'água mergulhada no oceano. Isolado é tão pequenino, imantado nessa
consciência livra-se das oscilações da vida e segue tranquilo porque sente ser
apenas uma manifestação do Universo.
A alegria primária dos sentidos que se
manifesta nos segmentos dos carnavais e atualmente nas festas ditas baladas,
bem como nos cultos anímicos, onde a presença da imortalidade é pouco sentida,
cede lugar à alegria permanente.
Não há mais euforia de sentimentos que
alteram, em oscilações bruscas, o estado emocional. Agora, o homem consciente
de sua imortalidade tem um novo referencial de vida. Ansiedade e até mesmo
esperança por dias melhores cede espaço à certeza de que tudo, tudo mesmo está
acontecendo para sua conveniência, a nível de interiorização do ser profundo,
mesmo que haja madrugadas cinzentas em amanheceres que estão vindo e indo
embora.
Tristeza, solidão, amargura e outros lixos
mentais que demos peso e referência, de onde surgiram doenças, estão agora
sendo levados a esferas densas e sombrias pelas energias que atraímos das
fontes límpidas, pela mudança de nosso estado vibracional.
Se o homem ainda não se livrou dos males
físicos e emocionais é porque não encontrou ainda o remédio eficaz. Tudo está
nele, mas ele não sabe.
Que adianta o culto da roupagem física se o
essencial permanece desconhecido? Se alguém nos ama pensando unicamente que
somos a roupa que vestimos, esse amor não nos diz respeito. Esta é uma
configuração simbólica de nossa personalidade transitória.
Durante séculos, a humanidade vive mergulhada
nesta ignorância porque a revelação da imortalidade iria lhe tirar as vantagens
que permanecem apenas quando durar a matéria. Como está sendo divulgado em
todos os cantos, a fase materialista do planeta está cedendo à nova era onde a
imortalidade terá o papel principal em todos os sistemas de educação.
A revelação dos sábios, que esteve em todos os
campos do conhecimento humano, será entendida em sua pureza original, sem
nenhuma interpretação que ostente em primeiro plano os interesses secundários
da matéria.
A imortalidade ressoará no cantar do poeta, na
chave dos enigmas, na certeza da presença cósmica em tudo que existe e no amor
que se derrama em todas as criaturas humanas contemplando a evolução do
existir.
Blog
Fernando Pinheiro, escritor
Site www.fernandopinheirobb.com.br
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