Lament
for strings orchestra, Opus 41, de Jack Gibbons, música escrita, em junho de
2003, e o coro final da Paixão segundo São João, de J.S. Bach, sugerem–nos a
ideia do desenrolar final dos trágicos acontecimentos do Monte Calvário, no
qual estavam presentes numerosas mulheres, entre elas, Maria de Nazaré, Joana
de Cusa, Madalena, Maria, esposa de Cleófas e apenas um homem fiel, João
Evangelista, o apóstolo predileto.
Este
é o único momento da vida planetária em que as trevas impuseram o domínio sobre
o poder celestial. Na Ressurreição o triunfo do herói da sepultura vazia,
Jesus, a luz do mundo, ressurge no decorrer dos evos.
Miguelangelo
imortalizou, em La Pietá, a arte representada pela presença de Maria acolhendo
no colo, com ternura, o filho morto na Cruz, em exposição permanente na
Basílica de São Pedro, no Vaticano, uma das maiores atrações turísticas de
Roma.
Com
a imensa satisfação, visitamos o facebook de Nona Orlinova, residente na cidade
de Sofia, Bulgária, em que aparecem fotos de excursão turística, entre as quais
La Pietá, de Miguelangelo na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Mozart, Schubert, Caccini, Gounod, Mascagni,
Verdi, Fauré, Astor Piazzolla prestaram homenagem a Maria de Nazaré, nas
conhecidas Ave–Maria.
A
comédia musical Notre Dame de Paris, baseada no romance de Victor Hugo,
apresenta, em cena lírica, 53 números musicais de autoria de Richard Cocciante
(também conhecido como Riccardo Cocciante), dentre os quais sobressai a Ave
Maria Païe, letra de Luc Plamondon, interpretada na voz de Hélène Ségara, de
comovente beleza artística. O texto enfatiza: “Ave Maria,
protège–moi de la misère, du mal et des fous qui règnent sur la Terre.”
Fagundes
Varella, poeta fluminense, evoca o Brasil no entardecer das tardes fagueiras
que saúdam a Virgem Maria:
“No pórtico sublime do
Oriente
Surge fagueira a estrela
vespertina,
E, além, de nossas pobres
freguesias
Nos altos, alvejantes
campanários,
Sôa, pausado e lento, o
velho bronze
Dobrando: – Ave Maria! – O viajante
Que vem de terra estranha, e
a pátria busca,
Se ajoelha na beira do
caminho,
– Ave Maria – suspiroso fala.
O cabreiro que desce das
montanhas,
Ao redil conduzindo a grei
singela,
Pára, levanta para os céus
os olhos,
E diz: – Ave Maria! – A mãe
querida
Chama zelosa a prole
abençoada,
Junto à lareira da tranquila
choça,
E lhes repete a saudação divina.
- Ave Maria!... na solidão dos mares
Murmura o
navegante: – Ave Maria!”
(119)
(119)
FAGUNDES VARELA, L. N. – in Anchieta ou O Evangelho nas Selvas – poema – Canto
IV – Cap. IX – p. 129 – Livraria Imperial – 1875 – Rio de Janeiro – Acervo:
Academia Brasileira de Letras.
Esse
clima bucólico da natureza resplandece ainda na voz da cantora Fafá de Belém
que, no momento mais importante da carreira artística, cantou Ave Maria de
Vicente Paiva (1908/1964) e Jaime Redondo (1890/1952), numa apresentação que
ganhou o mundo, nos idos de 1997, na imagem transmitida, ao vivo pela
televisão, da visita ao Brasil do papa João Paulo II:
“Abençoai estas terras morenas, seus rios, seus
campos e as noites serenas, abençoai as cascatas e as borboletas que enfeitam
as matas.”
A
Ave Maria de Erothides de Campos, composta em 1924, inicia–se no clima
nostálgico: “Cai a tarde tristonha e serena, em macio e suave langor”,
imortalizada na voz de Augusto Calheiros, em 1939, e, posteriormente na de
Altemar Dutra, Caetano Veloso, Inezita Barroso e Agnaldo Rayol, entre outros.
Se
admirável é ver a felicidade das mulheres seguindo Jesus, a admiração é ainda
maior quando observamos ser Maria de Nazaré, a primeira cristã do mundo,
testemunhando esse amor, do começo ao fim do plano terreno e, continuado nas
regiões resplandecentes.
O
pioneirismo tem esse valor imarcescível.
Blog Fernando Pinheiro, escritor
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