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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

VENTOS DO OUTONO


No passado ainda não muito distante, quando os Estados Unidos invadiram o Iraque, começamos a pensar: a desintegração da humanidade está sendo consumada.
A guerra, a fome e a peste estão espalhadas pelos vales e planícies contaminando a paisagem inteira do planeta. Agora, recentemente, surgiu a primavera árabe caracterizada principalmente pelo movimento popular que culminou com a morte de centenas de pessoas e a derrocada do regime político nos seguintes países:
Tunísia – 14 de janeiro de 2011 - a renúncia do presidente Zine El Abidine Ben Ali, depois de governar durante 23 anos.
Líbia – agosto de 2011 - a expulsão do ditador Muammar Gaddafi de dentro do palácio, onde esteve durante 41 anos no poder, capturado e morto, em outubro de 2011, pelos revoltosos contrários ao regime.
Egito – 11 de fevereiro de 2012 – a renúncia do presidente Hosni Mubarak, após 30 anos de ditadura. Mubarak morreu em junho de 2012.
Se a destruição da vida humana está subordinada ao rigor da lei, no plano mais transcendente à matéria, o reajuste à harmonia universal tem percurso adequado à situação em que se encontram todos os seres humanos.
Portanto, permanecem em outros planos a criação mental das vidas humanas que se aglutinam pelas forças afins, independente da duração da existência física, pois o pensamento, água da fonte eterna, nunca deixa de fluir, mesmo atuado pelas paixões mórbidas que adormecem as mais belas aspirações.
Onde está o canto dos poetas, a sinfonia dos compositores, a ternura das mães e das noivas, o apelo daqueles que pedem uma chance à paz?
Diante de tantos convites ao amor, é difícil imaginar o homem destruindo o planeta, a casa onde mora, pois a casa do vizinho é apenas uma parede que o separa.
A ressonância do amor se espalha pelos ventos que suavizam as paisagens, pela paciência dos camelos que caminham distribuindo vibrações acumuladas pelo deserto, as mesmas que os profetas daquelas regiões sentiram ao receber a inspiração.
Sabemos que no fruto podre está a semente nova que irá germinar no tempo que está tão perto de surgir. O mesmo acontece com esta humanidade.
O conceito de vida tem que ser bem amplo, sem barreiras, sem preconceitos, sem partidos e filiações ideológicas que apartam a presença da consciência cósmica em todos os aspectos da evolução.
A ideia de ser superior aos seus companheiros de jornada evolutiva isola o homem a espaços onde irá curtir amarga solidão. Isto porque ele não está sabendo avaliar a missão de cada um nas variadas experiências e vai desprezando uma oportunidade valiosa de se recompor junto a compromissos coletivos.
A questão evolutiva é de todos, não apenas dos líderes políticos, religiosos e educadores em geral, espalhados nesta e em outras latitudes. Ampliemos nossa atuação por um mundo melhor não somente nos lugares onde moramos e trabalhamos, mas em todos os ambientes que estão influenciados por ondas devastadoras, mesmo que participemos apenas em pensamento.
A guerra das armas é o reflexo da guerra dos conflitos íntimos daqueles que ainda não conseguiram viver harmoniosamente nos grupos sociais onde existem compromissos à evolução.
A guerra não está apenas nos campos de batalha. Há rumores de atrito de corpo a corpo, de alma a alma, onde a ideia de superioridade anula a capacidade de conviverem juntos com maior força no trabalho em comum.
O clima de destruição do planeta leva-nos a imaginar o nascer da esperança em tudo mais novo e florido como vem nascendo as flores da primavera quando os ventos do outono parecem levar todas as folhas desgarradas que irão alimentar o solo que faz desabrochar, num novo amanhecer, as mesmas flores.
As flores dessa primavera risonha já surgiram no céu com o alinhamento de toda a galáxia, evento confirmado pela NASA neste ano, que reuniu o Sol, a Lua e as Plêiades. Este é o sinal da Era de Aquário que se avizinha no horizonte.

Blog  Fernando Pinheiro, escritor

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